Hormônios da Felicidade – Veja a importância deles na saúde e na vida… – 25.02.2017
O nosso corpo funciona como uma grande engrenagem. O grande problema é que nem sempre entendemos nossas dores e, consequentemente, como curá-las. O grande controlador do nosso corpo é o cérebro. Assim como ele entende os impulsos negativos, origem do estresse e da ansiedade, ele vai entender os impulsos positivos. A partir daí, nessa segunda situação, o cérebro é grande influenciador na produção de hormônios bem especiais, os chamados hormônios da felicidade.
Dopamina, serotonina, oxitocina e endorfina. Se você conhecer a importância desses hormônios para o seu corpo e para a sua vida, assim como descobrir maneiras eficazes de produzi-los com mais frequência a possibilidade de dias melhores será bem grande. As dicas abaixo ajudarão bastante e você pode aplicá-las a partir de hoje. Tente e veja a mudança em seu humor e na sua vida.
— Entendendo os hormônios da felicidade
Cada um dos hormônios é produzido de uma forma diferente em seu organismo e por razões específicas. Veja.
— Dopamina
A dopamina é um neurotransmissor que eleva a sensação de prazer, amor e apego à uma coisa ou pessoa. Quando os níveis desse hormônio estão em alta, a resposta cerebral é mais rápida e você também tem a capacidade de se concentrar mais. Dá para identificar quando não há dopamina suficiente em seu organismo. Alguns sintomas se tornam aparente, como a falta de bem-estar, mesmo que nada de diferente tenha acontecido para causar essa sensação; incapacidade de resolver problemas simples, principalmente ligados a atividades cognitivas; sentir-se distraído com muita frequência; sentir a necessidade de estar sempre junto de amigos e familiares.
Fisicamente o seu corpo também dá alguns sinais: agitação constante, inquietude e impaciência para resolver qualquer problema; cansaço sem explicação e sono não relaxante durante a noite.
— Serotonina
Pode-se dizer que entre esses quatro hormônios, a serotonina é o que mais influencia o seu humor, a sua energia e a sensação de bem-estar. É esse neurotransmissor que faz a comunicação direta entre os seus neurônios. Com essa comunicação eficaz, praticamente todas as suas atividades rotineiras são beneficiadas. A serotonina ainda está ligada à sensação de bom-humor, ao relaxamento, ao poder de concentrar-se para exercer as suas atividades comuns do dia a dia e muito mais. Quando há escassez de serotonina em seu organismo há também uma queda na qualidade do seu sono e diversos outros índices de qualidade de vida para uma pessoa. A depressão também é ocasionada pela falta de serotonina no organismo. Isso desencadeia enxaqueca, insônia, cansaço físico e mental, entre outras características.
— Ocitocina
É a chamada “Droga do amor”. Esse nome foi dado porque essa droga é responsável por ajudar na construção de relacionamentos saudáveis, também na confiança em si e em outras pessoas e na sensação de intimidade que você tem ao encontrar alguém querido. A ocitocina é produzida pelo seu cérebro, geralmente na região do hipotálamo e liberada principalmente durante o orgasmo, tanto feminino quanto masculino. Esse é um dos hormônios de mais simples produção, já que um simples abraço verdadeiro que você dá em outra pessoa, já desencadeia a formação desse neurotransmissor. Quanto mais ações positivas e ligadas à relacionamentos entre pessoas, maior será a produção da ocitocina em seu organismo e mais benefícios ele terá como retorno.
— Endorfina
A endorfina é produzida na glândula hipófise e atua como uma espécie de analgésico natural. É justamente por isso que traz a sensação de bem-estar e relaxamento do corpo. O seu humor e a sua alegria mudam consideravelmente quando há incidência normal ou grande de endorfina em seu sangue.
— Porque os hormônios da felicidade são importantes para o seu dia a dia?
Você pode ver que cada um dos hormônios da felicidade eleva a sua sensação de bem-estar. Quando eles estão em ordem você mantém, consequentemente, todo o seu corpo e a sua saúde normalizada. Nosso corpo é uma grande engrenagem. Se tudo está normalizado e funcionando corretamente, você só tem a ganhar. Há diferentes maneiras de intensificar a produção desses hormônios em seu dia a dia. O primeiro passo é buscar a ajuda de um profissional e começar a mudar seu estilo de vida, incluindo alimentação, exercícios e, principalmente, a forma como você encara seus dias.
— Pregnenolona – Hormônio do Desempenho Cerebral
A perda gradual da capacidade cognitiva e velocidade de processamento cerebral acometem mais de 80% das pessoas que ultrapassaram os 30 anos de idade. Um grande número de evidências científicas demonstra, de forma clara, que a queda de desempenho cerebral não é um fato irrevogável, podendo ter o seu curso modificado. Dentro deste contexto, insere-se a Pregnenolona, um dos mais importantes hormônios do corpo humano e essencial em qualquer faixa etária.
A Pregnenolona é produzida nas mitocôndrias, cérebro e supra-renais num total de 14 a 17mg/dia, sendo o mais abundante hormônio presente no cérebro. Ela sofre um rápido e cumulativo declínio a partir dos 30 anos de idade, sendo que, após 60 anos a maioria das pessoas não consegue produzir mais do que 25% da quantidade necessária às suas necessidades metabólicas. Pregnenolona é o primeiro hormônio a ser produzido que gera uma série de neuro-hormônios no cérebro que são conhecidos por afetar o crescimento das células nervosas e modular o humor. A pregnenolona tem um efeito importante em uma grande variedade de funções do sistema nervoso. Isso é confirmado em um estudo que confirmou a capacidade da pregnenolona em reduzir o risco de demência e melhorar a memória, ao mesmo tempo, que alivia a ansiedade e combate a depressão. Assim, assegurando esse hormônio níveis ótimos no organismo, pode representar um fator importante para um bem estar cognitivo em adultos.
Pregnenolona é produzida tanto nas glândulas supra-renais e gônadas (ovários e testículos), como também no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Logo, possui ação no sistema nervoso central, e concentrações reduzidas de neuroesteróides durante o desenvolvimento e em adultos pode estar associada com desenvolvimento neurológico, psiquiátrico e distúrbios comportamentais. Além disso, a normalização dos níveis de neuroesteróides no cérebro pode promover a neurogênese (produção de novas células nervosas), a sobrevivência neural, mielinização (proteção das fibras nervosas), com aumento de memória e redução de neurotoxidade.
O uso da Pregnenolona é baseado em critérios essencialmente clínicos: baixos níveis de energia, fadiga crônica, alterações do humor e diminuição da capacidade de memória. Vale ressaltar que existem, além do próprio fato de estarmos envelhecendo, outros fatores que podem reduzir as concentrações de Pregnenolona no nosso cérebro, dentre elas: a redução dos níveis de colesterol pelo uso de drogas redutoras do colesterol, principalmente as chamadas estatinas, depressão, uso de benzodiazepínicos, stress crônico e lesões medulares.
— Indicações
. Equilíbrio entre excitação e inibição do sistema nervoso central;
. Aumento da resistência ao stress;
. Aumento da capacidade física e mental;
. Aceleração da velocidade de transmissão do impulso nervoso;
. Aumento da interconectividade neuronal;
. Elevação da capacidade de memória;
. Redução da sensibilidade à dor e redução da resposta inflamatória;
. Aumento da neurogênese no hipocampo;
. Aumento da proliferação celular no giro dentado, região do cérebro onde as células precursoras se diferenciam em neurônios;
. Prevenção de doenças neurodegenerativas.
A pregnenolona pode melhorar a função cognitiva (mesmo em pessoas de mais idade), aumenta os níveis de acetilcolina, estimula o crescimento de novas células nervosas em áreas ligadas a memória e aprendizado. Pode ser extremamente útil no tratamento de diversas doenças neurodegenerativas, e autoimunes relacionadas ao sistema nervoso (ex: esclerose múltipla). Todavia, como informa o médico Dr. David Brownstein em seu livro “The Miracle of Natural Hormones” as doses devem ser fisiológicas, ou seja, deve respeitar a natural produção do corpo.
— Alimentos que podem estimular esses hormônios cerebrais
Ômega-3 – favorece a comunicação entre os neurônios e, assim, melhora a concentração, a memória e o aprendizado em geral. Pode ser encontrado em peixes de água salgada como sardinha, arenque e cavala, além das sementes.
Vitaminas do complexo B – ajudam na energia, melhoram a memória e auxiliam na comunicação dos neurônios e no desenvolvimento deles. Está presente principalmente em proteínas animais (carne vermelha, aves e ovos) em leguminosas como feijão, lentilha e grão de bico, e nas sementes, como nozes, castanhas e amêndoas.
Sálvia (chá ou salada) – aumenta o poder de concentração em até três horas. Ingerir meia hora antes dos estudos e/ou atividades cerebrais
Açafrão – Inibe a morte de neurônios – no máximo 1 colher de chá por dia (Pode ser usado no arroz).
Nitratos – Alimentos ricos em nitratos aumentam a irrigação do sangue no cérebro e são recomendados para quem desenvolve trabalhos intelectuais. A indicação é consumir beterraba, repolho, espinafre, nabo e aipo.
Colina – aminoácido importante para as células nervosas que ajuda, portanto, a memória e a cognição. Presente na gema do ovo e na soja (fermentada).
Carboidratos – cereais integrais evitam a sonolência depois do almoço e deixam a pessoa mais alerta, isso porque as fibras presentes nos carboidratos integrais ajudam a liberar glicose no organismo aos poucos. A falta de carboidratos prejudica a memorização, a concentração e o aprendizado. A indicação é consumir arroz, pão e macarrão integral, além de aveia, mas com moderação.
Cafeína – combate a fadiga mental e ativa o sistema de alerta. Consumir café, chá preto e verde em doses pequenas não faz mal. O chocolate também contém cafeína, além de melhorar o estresse, porque libera endorfina. A indicação é o mais amargo. O excesso de ambos, entretanto, é prejudicial.
Algumas mudanças em nosso cardápio podem ajudar nosso cérebro a se manter mais concentrado e até diminuir o envelhecimento cerebral, melhorando a nossa memória. Uma alimentação adequada, rica em antioxidantes também faz parte das ações para prevenir as chamadas doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson, fatalmente relacionadas à produção de radicais livres pelo nosso organismo. Outro ponto muito importante é não pular refeições, principalmente o café da manhã. Isso pode comprometer o desempenho cerebral por falta de glicose e levar à fadiga mental. O ideal é fazermos cinco refeições por dia, moderadas e leves, com um intervalo de três horas para cada uma, sem pular nenhuma refeição. A glicose é o principal combustível para o funcionamento dos neurônios cerebrais. A hipoglicemia, que é a falta de glicose em nosso organismo, pode comprometer nosso raciocínio, atenção e concentração. Em casos extremos pode até levar ao coma. Ao escolher as melhores fontes de glicose fique com os cereais integrais, legumes e frutas. Já o Selênio, estudos mostram que este mineral tem um forte impacto sobre o cérebro. Pessoas com baixos níveis de selênio podem sofrer distúrbios na atividade dos neurotransmissores – substâncias produzidas pelo neurônio que tem como função levar informações de uma célula a outra -, podendo até sofrer alterações de humor. O selênio ajuda substâncias como a serotonina, a dopamina e a acetilcolina, que são fundamentais para a transmissão de mensagens entre os neurônios e o bom funcionamento cerebral. Boas fontes de selênios são grãos, alho, castanha-do-pará, nozes, avelãs e abacate. Outra importante vitamina é a E, que é um antioxidante e sua deficiência pode provocar danos nas fibras nervosas. A falta de vitamina E pode provocar alterações neurológicas como diminuição dos reflexos e diminuição da sensibilidade vibratória, podendo ocasionar a falta de concentração para exercer as atividades. São fontes de Vitamina E os azeites vegetais, cereais e verduras frescas. Portanto, temos na alimentação natural vegetariana uma grande aliada na saúde do organismo como um todo, incluindo nosso computador quântico, o cérebro, que tudo comanda e cujos danos são ainda, irreparáveis. Prestemos atenção e mudemos nossos hábitos para vivermos melhor fisicamente, mentalmente e espiritualmente. Tudo é consequência em grande parte da nossa alimentação, somos o que comemos, e isso não é só um antigo ditado, a neurociência já prova que isso é um fato….
Inspiração…
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Recomendo…
Fonte – Monicavox