Será essa a primeira evidência de um Multiverso? – 04.05.2017

Será essa a primeira evidência de um Multiverso? – 04.05.2017

Durante anos, os cientistas ficaram confusos com uma estranha anomalia no espaço: um misterioso ponto frio com cerca de 1,8 bilhão de anos-luz de diâmetro. Esta área é mais fria do que seus arredores em torno de 0.00015 graus Celsius, um fato que os astrônomos descobriram medindo a radiação de fundo em todo o universo. Anteriormente, os astrônomos acreditavam que este espaço poderia ser mais frio simplesmente porque tinha menos matéria do que a maioria das seções do espaço. Eles chamam de enorme supervazio, e estimam que tenha 10.000 galáxias a menos do que outras seções comparáveis ​​do espaço.

Mas agora, em um estudo recentemente publicado, os astrônomos da Royal Astronomical Society (RAS) dizem ter descoberto que este supervazio não poderia existir. Eles agora acreditam que as galáxias no ponto frio estão agrupadas em torno de pequenos vazios que povoam o ponto frio como bolhas. Estes pequenos vazios, no entanto, não podem explicar a diferença de temperatura observada.

— Multiverso?

Para ligar as diferenças de temperatura aos vazios menores, os pesquisadores dizem que um modelo cosmológico não-padrão seria necessário. “Mas nossos dados colocam fortes restrições em qualquer tentativa de fazer isso”, explica o pesquisador Ruari Mackenzie. Embora o estudo tenha uma grande margem de erro, as simulações sugerem que há apenas uma probabilidade de dois % do Ponto Frio ter se formado aleatoriamente.

“Isso significa que não podemos excluir completamente que ele é causado por uma flutuação improvável explicada pelo modelo padrão. Mas se essa não é a resposta, então há mais explicações exóticas“, diz o pesquisador Tom Shanks. “Talvez o mais emocionante destes é que o ponto frio foi causado por uma colisão entre nosso universo e um outro universo”.

Se estudos mais detalhados apoiarem os achados desta pesquisa, o Ponto Frio pode vir a ser a primeira evidência de um Multiverso, embora muito mais evidências seriam necessárias para confirmar que nosso universo é de fato um entre muitos.

A teoria do multiverso prega que o universo em que vivemos não é o único que existe. Na verdade, nosso universo pode ser apenas um entre um número infinito de universos que compõem um “Multiverso”.

Sei o que você está pensando: “aham, claro”. Embora a ideia realmente soe como algo saído da mais barata ficção científica, há uma física bastante razoável por trás dela.

Mais: não há apenas uma teoria que chega a um Multiverso: diversas teses físicas independentes apontam para tal conclusão. Na verdade, alguns especialistas acreditam que é mais provável que existam universos ocultos, do que o contrário.

Confira as cinco teorias científicas mais plausíveis que sugerem que vivemos em um Multiverso:

1 – Universos infinitos

Os cientistas não podem ter certeza sobre a forma do espaço-tempo, mas mais provavelmente, ela é plana (em oposição à esférica) e estende-se infinitamente. Se o espaço-tempo dura para sempre, então deve começar a se repetir em algum ponto, porque há um número finito de formas com as quais as partículas podem ser organizadas no espaço e no tempo.

Então, se você olhar longe o suficiente, encontrará uma outra versão de você – na verdade, versões infinitas de você. Alguns desses “gêmeos” estarão fazendo exatamente o que você está fazendo agora, enquanto outros estarão com uma roupa diferente esta manhã, e outros ainda terão carreiras e escolhas de vida totalmente diferentes.

Como o universo observável se estende apenas até onde a luz teve a chance de chegar nos 13,7 bilhões de anos desde o Big Bang (que seria 13,7 bilhões de anos-luz), o espaço-tempo além dessa distância pode ser considerado o seu próprio universo, separado do nosso. Deste modo, uma multiplicidade de universos deve existir, uns ao lado dos outros, em uma manta de retalhos gigante de universos.

2 – Inflação eterna

Além dos múltiplos universos criados por estender infinitamente o espaço-tempo, outros universos podem surgir a partir de uma teoria chamada “inflação eterna”. A inflação é a noção de que o universo se expandiu rapidamente após o Big Bang, inflando como um balão. Inflação eterna, proposta pela primeira vez pelo cosmólogo Alexander Vilenkin da Universidade Tufts, sugere que alguns bolsões no espaço pararam de inflar, enquanto outras regiões continuam a inflar, dando assim origem a muitos universos isolados em “bolhas”.

Assim, o nosso próprio universo, onde a inflação já acabou, permitindo que estrelas e galáxias se formassem, é uma pequena bolha em um vasto mar de bolhas no espaço, algumas das quais ainda estão inflando. E em alguns desses universos bolhas, as leis e constantes fundamentais da física podem ser totalmente diferentes do que são no nosso, tornando-os muito estranhos para nós.

3 – Universos paralelos

Outra ideia de Multiverso que surge da Teoria das Cordas é a noção de universos paralelos que pairam fora do alcance do nosso, proposta por Paul Steinhardt da Universidade de Princeton (EUA) e Neil Turok do Instituto de Física Teórica em Ontário, Canadá. Vem da possibilidade de muito mais dimensões existirem em nosso mundo, além das três de espaço e uma de tempo que nós conhecemos. Ou seja, mais do que nosso próprio mundo tridimensional, outros espaços tridimensionais podem flutuar num espaço de dimensão superior.

O físico Brian Greene da Universidade de Columbia (EUA) descreve a ideia como a noção de que “o nosso universo é apenas um dos potencialmente numerosos mundos flutuantes em um espaço de dimensão mais elevada, bem como uma fatia de pão dentro de um grandioso pão cósmico”.

Uma variação desta teoria sugere que esses universos não são sempre paralelos e fora de alcance. Às vezes, eles podem bater um no outro, causando repetidos Big Bangs que redefinem os universos novamente.

4 – Universos filhos

A teoria da mecânica quântica, que reina sobre o pequeno mundo das partículas subatômicas, sugere uma outra maneira na qual múltiplos universos podem surgir. A mecânica quântica descreve o mundo em termos de probabilidades, em vez de resultados definitivos. E a matemática desta teoria sugere que todos os resultados possíveis de uma situação realmente ocorrem – em seus próprios universos separados. Por exemplo, se você chegar a uma encruzilhada onde você pode ir para a direita ou para a esquerda, o universo atual dá origem a dois universos “filhos”: um em que você vai para a direita, e outro no qual você vai para a esquerda. “E, em cada universo, há uma cópia sua assistindo um ou outro resultado, pensando – incorretamente – que a sua realidade é a única realidade”, diz Greene.

5 – Universos matemáticos

Os cientistas têm debatido se a matemática é simplesmente uma ferramenta útil para descrever o universo, ou se a matemática em si é a realidade fundamental – nesse caso, nossas observações do universo são apenas percepções imperfeitas de sua verdadeira natureza matemática. Se este for realmente o caso, então talvez a estrutura matemática específica que compõe o nosso universo não é sua única opção. De fato, todas as possíveis estruturas matemáticas existem como seus próprios universos separados.

“A estrutura matemática é algo que você pode descrever de uma maneira que é completamente independente da bagagem humana”, disse Max Tegmark, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), que propôs esta ideia. “Eu realmente acredito que existe um universo lá fora que pode existir independentemente de mim, e que iria continuar a existir mesmo se não houvesse seres humanos”.

Visão pessoal…

Ouve-se falar aqui e ali, em fóruns de física, sobre teorias de Multiversos. Realidades paralelas e outros mundos são um assunto recorrente, principalmente em círculos esotéricos, mas ouvir um físico falar seriamente disto é outra coisa. Por que os físicos acreditam que há a possibilidade de existirem múltiplos universos? Por enquanto, os Multiversos dos físicos são hipóteses. Algumas têm forte embasamento matemático, algumas surgiram como implicação de outras teorias científicas, algumas não são tão aceitas. Uma das hipóteses de Multiversos surge da mecânica quântica, e é chamada de “Many Worlds”, ou “Muitos Mundos”. A hipótese é de Hugh Everett III. Segundo ele, quando a função de onda parece entrar em “colapso” em um evento quântico em nosso mundo, gerando um determinado resultado, na verdade ela nunca entra em colapso, e sim torna real todas as outras características implícitas em sua função de onda em “outros universos”. Segundo essa teoria, sempre que acontece um evento de muitos eventos possíveis, todos os outros eventos acontecem em outros universos. Outra abordagem para explicar os Multiversos vem da Teoria das Cordas, na qual as equações fazem “sentido” matemático em mais de 4 dimensões, possivelmente 10 ou 11, e ao longo destas dimensões “enroladas”, outros universos florescem. Estas duas hipóteses de Multiversos são resultados de cálculos e previsões teóricas, como a previsão da existência do pósitron. Em 1928, Paul Dirac resolveu a equação para o elétron e percebeu que haviam níveis de energia positivos. Em vez de descartar a energia negativa como um resultado matemático sem contraparte no mundo real, ele interpretou a mesma como pertencente a um “anti-elétron”, prevendo a existência de partículas que ninguém imaginara antes. Mas será que todas as soluções matemáticas para as equações da física sempre resultam em descobertas reais? Segundo Brian Greene, um dos teóricos que trabalha com a Teoria das Cordas, o número de universos é infinito, e a ordem deste infinito é a mesma dos pontos em uma linha de números reais. Os pontos em uma linha reta são infinitamente “densos”, já que entre quaisquer dois pontos da reta, não importa o quão próximos estejam, sempre há outro ponto. Se existe mais de universo e eles estão tão compactados assim, nós devemos estar experimentando algum fenômeno resultante destes infinitos universos. A teoria dos “muitos mundos” também não é melhor. Onde estão os outros universos, resultados das opções em nível quântico que não foram escolhidas no nosso universo, que não se tornaram eventos para nós? Recomendo os livros do Dr. Brian Greene e do Dr. Michio Kaku, dos quais sou fã incondicional nestes assuntos…

Inspiração…

LiveScience

Futurism

Brian Greene – A Realidade Oculta Universos Paralelos – Scribd

Universos Paralelos – Michio Kaku – Libros Maravillosos

Cosmologia – USP

Teoria M: Uma Possibilidade de Unificação das Leis da Física – UCB

Universos Paralelos – Laércio Fonseca

Teoria quântica, múltiplos universos, e o destino da consciência …

Recomendo…

Fonte – Monicavox

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