Trump e o clima – Relógio do Juízo Final mostra mundo mais perto do apocalipse… – 29.01.2017

Trump e o clima – Relógio do Juízo Final mostra mundo mais perto do apocalipse… – 29.01.2017

Um grupo de cientistas defende que o mundo se aproximou do apocalipse no último ano, diante de um cenário de segurança que vem se tornando obscuro e dos comentários do novo presidente norte-americano, Donald Trump. O Boletim dos Cientistas Atômicos (BPA, na sigla em inglês) moveu o ponteiro do Relógio do Juízo Final, que simboliza quão próximos estamos de uma hecatombe, de três minutos para dois minutos e meio antes da meia-noite – quanto mais perto dela, mais iminente está o fim do mundo(?), na avaliação dos cientistas. É o mais próximo que o relógio virtual chegou da meia-noite desde 1953, quando o ponteiro foi movido para dois minutos por causa de testes de bomba de hidrogênio feitos pelos EUA e pela Rússia. Em seu relatório, o BPA afirma que as declarações de Trump minimizando as mudanças climáticas, a expansão do arsenal nuclear dos EUA e o questionamento acerca das agências de inteligência contribuíram para o aumento do risco global. A chefe da BPA, Rachel Bronson, pediu aos líderes mundiais que “acalmem mais do que alimentem as tensões que podem levar à guerra”.

apocalipse— O que é o Relógio do Juízo Final?

O ponteiro dos minutos no Relógio do Juízo Final é uma metáfora de quão o mundo está vulnerável a uma catástrofe global. O dispositivo simbólico foi criado pelo Boletim dos Cientistas Atômicos em 1947 – o BPA havia sido fundado na Universidade de Chicago em 1945 por um grupo que ajudou a desenvolver as primeiras armas atômicas. Hoje, o grupo inclui físicos e cientistas ambientais de todo o mundo, que decidem como ajustar o relógio após consultar também o Conselho de Patrocinadores do grupo – que inclui 15 ganhadores de prêmios Nobel.

— Por que ele se moveu meio minuto para mais perto da meia-noite?

Nos últimos dois anos, o ponteiro do Relógio do Juízo Final permaneceu fixado em três minutos antes da meia-noite. Mas o BPA diz que o perigo de desastre global é ainda maior em 2017, e decidiu mover o marcador 30 segundos para a frente.

“Os comentários perturbadores sobre o uso e proliferação de armas nucleares feitos por Donald Trump, bem como a descrença no consenso científico sobre a mudança climática expressa por Trump e por vários dos nomeados para o seu gabinete, afetaram a decisão da diretoria, assim como o surgimento de nacionalismo estridente em todo o mundo,” explica o relatório.

Outros fatores listados no relatório incluem dúvidas sobre o futuro do acordo nuclear do Irã, ameaças à segurança cibernética e o surgimento de notícias falsas. A decisão da diretoria de mover o ponteiro em menos de um minuto – algo que nunca fez antes – é porque Trump só recentemente assumiu o cargo e muitas de suas nomeações ainda não estão atuando no governo.

— Como a ameaça atual se compara às anteriores?

Quando foi criado em 1947, os ponteiros do relógio estavam em sete minutos antes da meia-noite. Desde então, isso mudou 22 vezes, variando de dois minutos para a meia-noite em 1953 a 17 minutos para a meia-noite, em 1991. O relógio foi ajustado pela última vez em 2015, quando foi transferido de cinco para três minutos antes da meia-noite, diante de perigos como as mudanças climáticas e a proliferação nuclear. Esse foi o mais próximo que ele chegou da meia-noite em mais de 20 anos. A última vez em que esteve no patamar dos três minutos foi em 1984, quando as relações entre os EUA e a União Soviética atingiram seu ponto mais crítico.

— Clima: após euforia com acordo de Paris, nervosismo com Trump

A eleição de Donald Trump, em plena conferência anual da ONU (COP22), foi como uma ducha d’água fria para os defensores do clima.

“Estamos esperando. Qual será a verdadeira política da presidência de Trump? Como as demais potências reagirão?”, questionou-se Thomas Spencer, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Relações Internacionais (IDDRI), sediado em Paris.

Os Estados Unidos, segundo maior emissor mundial de gases de efeito estufa, atrás da China, não vão necessariamente se retirar do acordo de Paris, como ameaçou Trump durante a campanha. O presidente eleito pode, porém, frear a aplicação do pacto, que por si só já é complicada, visto que implica uma redução significativa do uso de carvão, petróleo e gás, que são responsáveis por 80% do aquecimento.

É difícil ignorar que o governo que está se formando em Washington está repleto de “gente que passou sua vida adulta promovendo as energias fósseis”, indica o editorialista do New York Times, Thomas Friedman. Rex Tillerson, nomeado por Trump para conduzir o Departamento de Estado, é CEO do gigante petroleiro ExxonMobil, além de empresário de laços fortes com a Rússia, que não pretende ratificar o acordo de Paris antes de 2019 ou 2020, como indicou um conselheiro do Kremlin.

— Um freio, não um desastre(?)

A eleição de Trump “talvez não seja um desastre, mas acabará freando o processo” opina Michael Oppenheimer, professor em Princeton e especialista em políticas energéticas. As emissões de CO2 nos Estados Unidos diminuíram nos últimos anos. Mas os principais impulsionadores desta mudança não foram o governo federal, senão o mercado e os estados, e estas forças provavelmente dominarão o setor, independente do que Trump fizer, dizem os analistas.

“Trump terá pouco efeito sobre as tendências da indústria de energia dos Estados Unidos, onde o carvão está sendo rapidamente substituído pelo gás natural e as energias renováveis”, disse William Sweet, especialista em energia Tandon School of Engineering da NYU.

Investir em novas usinas a carvão – um setor que Trump prometeu revitalizar – já não faz sentido economicamente, disse Sweet. A dinâmica do mercado, no entanto, não é suficiente para vencer a corrida para manter o aquecimento global abaixo de +2°C em relação à época pré-industrial, como foi estabelecido no tratado de Paris. E Trump poderia, por outro lado, retirar certas ajudas que permitem a aplicação da lei de Obama sobre a poluição do ar, ou fazer concessões aos fabricantes de automóveis, que desejam uma flexibilização das normas sobre emissões.

Esta desaceleração também “provocará dúvidas em outros países”, como a Índia, o quarto maior emissor mundial “e ainda ambivalente sobre a importância” do esforço contra o aquecimento do planeta, alerta Oppenheimer.

“É um teste fascinante”, ressalta Thomas Spencer. “O acordo de Paris servirá para algo? Ele pode estabilizar a ação quando o contexto é menos favorável? Os sinais enviados pela China e Índia indicam que se importam” com o acordo, devido a seus interesses particulares (luta contra a poluição, aposta na inovação, etc) acrescenta o especialista.

Mas quem poderá dar o impulso a estas frágeis e longas negociações internacionais? Alguns apostam na chanceler alemã, Angela Merkel. Outros consideram que a próxima reunião do G20, em julho em Hamburgo, será determinante.

causa-e-consequencias-do-aquecimento-globalVisão pessoal…

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou nessa quarta-feira que a Agência de Proteção Ambiental remova de seu site todas as informações referentes ao aquecimento global. Os funcionários da área de comunicação da agência foram instruídos a apagar a página referente a mudanças climáticas, que contém links para pesquisas científicas (que absurdo) sobre o tema, além de dados detalhados sobre emissões de gases e a respeito do impacto da atividade humana no clima. A determinação do recém-empossado presidente dos EUA é mais uma ação no sentido de reverter as iniciativas seu antecessor Barack Obama nesta questão. Anos de trabalho que os cientistas fizeram sobre a mudança climática irão desaparecer. Declaradamente cético sobre os efeitos do aquecimento global, Trump nomeou o procurador-geral de Oklahoma, Scott Pruitt, que possui 14 processos da Agência de Proteção Ambiental contra ele, como administrador da própria agência. No dia da sua posse, Donald Trump mandou retirar a página dedicada às mudanças climáticas que ficava hospedada no site da Casa Branca. No mesmo dia, foi divulgado o America First Energy Plan (“Plano de Energia América Primeiro”) novo plano de energia do país, que basicamente elimina o Plano de Ação Climática de Barack Obama, que estabelecia regras para a redução de emissões de gases de efeito estufa do setor de energia. O Plano de Ação Climática, de 2013, foi complementado, dois anos depois, pelo Plano de Energia Limpa, que estabelecia regras mais concretas para a redução das emissões de gases de efeito estufa no setor de energia. Trump está comprometido a eliminar políticas danosas e desnecessárias como o Plano de Ação Climática das regras norte-americanas. Retirar essas restrições vai ajudar os trabalhadores americanos, segundo ele, aumentando os salários em mais de US$ 30 bilhões ao longo dos próximos sete anos(???). Se isso acontecer(?)… a que custo??Enquanto isso, outras constatações inquietantes proliferaram em 2016, como os registros de temperaturas recorde no Ártico ou a evidência de que a camada de gelo da Groenlândia, que poderia elevar o nível do mar em seis metros, é muito mais sensível ao aquecimento do que se pensava. Por isso, a margem de ação se reduz, já que esperamos tempo demais para agir, e a natureza ainda nos reserva muitas surpresas….

Inspiração…

Associated Press

Agência Reuters

Aquecimento Global – IEA – Mudanças Climáticas – Agência USP de notícias

Recomendo…

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Fonte – Monicavox

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