Terra terá 6 dias de escuridão agora em dezembro, cuidado com boatos falsos… – 05.12.2016
A notícia, supostamente da NASA, está causando frissom e medo, e até os bíblicos de plantão estão usando como referência as escrituras e as profecias, para deleite de muitos ainda presos pelas crenças nas religiões. Vejamos como está sendo divulgado por aí…
Uma notícia que está circulando pela internet dizendo que a agência espacial norte-americana (NASA) confirmou que a Terra terá seis dias de escuridão no mês de dezembro é falsa. De acordo com o texto reproduzido por vários sites e compartilhado recentemente nas redes sociais e no WhatsApp, a NASA teria confirmado que a Terra passará por 6 dias de escuridão entre os dias 16 a 22 de Dezembro. “O mundo continuará a existir durante esses dias, sem luz solar, devido a uma tempestade, que fará com que poeira e detritos espaciais tornem-se abundantes ao ponto de bloquearem 90% da luz solar”. O texto diz que o chefe da NASA, Charles Bolden, fez o anúncio, mas no site oficial da NASA não há informações sobre o fato que está gerando dúvidas. Apesar de o texto apontar que a Terra não terá grandes consequências, muitas pessoas relacionaram ao trecho da Bíblia que fala de dias de escuridão. No ano de 2014, o site Boatos desmentiu a história. Na época, a notícia surgiu no site Huzlers. Trata-se de uma página em inglês de notícias falsas, sendo que o boato teria sido publicado por esse site ainda em 2012. Há outro detalhe: o site que publicou a versão em português de 2016 da história foi apontado pelo Google como um site com risco de vírus.
Vamos analisar esta notícia á luz dos fatos científicos…
O rumor de que vem aí um período de seis dias de escuridão, que tem circulado nas redes sociais, não tem qualquer ligação com a realidade. As explosões solares, apontadas como a causa, não podem causar escuridão diurna.
Uma notícia falsa num website satírico tem sido partilhada repetidamente nas redes sociais. O artigo do Huzlers.com afirma: “A NASA confirmou que a Terra vai passar 6 dias de escuridão quase completa”. A história convenceu muitos, que usaram o Twitter e o Facebook para expressar a sua preocupação, mas não é verdadeira.
A notícia diz que a escuridão seria causada por tempestades solares de maior intensidade entre os dias 16 e 22 de dezembro. Algo que simplesmente não é possível. É um fato que as tempestades solares não podem causar escuridão diurna. Aliás, a NASA não fez qualquer anúncio, muito embora a “notícia” que se tornou viral, cite supostos altos responsáveis da Agência Espacial Norte-Americana.
As explosões solares podem interferir na atmosfera terrestre, uma interferência que ainda que seja improvável, pode de fato perturbar alguns sistemas elétricos. Algumas zonas podem ficar sem iluminação noturna durante um período de explosões solares mais intensas; uma vez isso aconteceu com um impacto maior no Canadá há cerca de dez anos.
Os boatos que contribuem para o pânico, a manutenção das crenças e a descrença na ciência por parte dos apocalípticos de plantão…
A notícia do Huzlers não é verdadeira, mas ganhou circulação. O site incentiva os seus leitores a usarem a hashtag #6DaysOfDarkness (seis dias de escuridão) para partilharem nas redes sociais o que vão fazer com o seu tempo passado às escuras.
As redes sociais facilitam muito este “espalhar de rumores científicos”; citando outros exemplos célebres, temos o rumor que ressurge ciclicamente de que Marte surgirá no céu do mesmo tamanho que a Lua (?) ou de que a Terra vai ascender eminentemente, levando todos à quinta dimensão em velocidade supersônica. E mesmo que quiséssemos, quase nunca somos capazes de chegar à fonte dos rumores, porque as coisas são lançadas na Internet e vão sendo transmitidas indiscriminadamente e sem nenhum escrúpulo.
Agora, a verdade dos fatos…
O dia em que a Terra escapou de uma tempestade solar extrema: quais as chances de um apagão mundial no futuro?
A alguns anos atrás, a Terra escapou de um potencial apagão mundial, porém, uma catástrofe em decorrência de uma tempestade solar extrema pode acontecer a qualquer momento. Se um grande asteróide com tamanho suficiente para levar a civilização de volta para o século 18 tivesse passado de raspão na Terra, ele com certeza estaria em todas as manchetes pela internet. Porém, há alguns anos, mais exatamente no dia 23 de julho de 2012, a Terra se livrou por pouco de uma tempestade solar extrema, a mais poderosa dos últimos 150 anos. “Se essa tempestade solar tivesse atingido a Terra, com certeza ainda estaríamos nos recuperando do estrago”, diz Daniel Baker, da Universidade do Colorado.
Mas quais danos uma tempestade solar severa pode causar ao nosso planeta? E sobretudo, qual o risco que ela representa para a nossa tecnologia?
Baker e seus colegas da NASA e de outras Universidades publicaram um estudo na revista Space Weather, em dezembro de 2013, intitulado “Um grande evento de energia solar eruptiva de julho de 2012”. Nesse estudo, ele descreve sobre a poderosa Ejeção de Massa Coronal (EMC) que atravessou a órbita da Terra em julho de 2012. “Se a erupção tivesse acontecido com uma semana de antecedência, a Terra estaria na linha de fogo”.
Qual é o perigo das tempestades solares extremas?
Tempestades solares extremas representam uma ameaça para todas as formas de alta tecnologia. Elas começam como uma explosão solar. Depois, raios-X e radiação UV extremas chegam à Terra na velocidade da luz, ionizando as camadas superiores da nossa atmosfera; os efeitos dessas grandes Erupções Solares incluem apagões de rádio e erros de navegação GPS.
Minutos ou horas mais tarde, as partículas energéticas chegam. Movendo-se apenas um pouco mais lento do que a própria luz, elétrons e prótons acelerados pela explosão podem danificar satélites e danificar seus aparelhos eletrônicos. Em seguida, vêm as Ejeções de Massa Coronal (EMC), nuvens de bilhões de toneladas de plasma magnetizado que levam um dia ou mais para chegar até a Terra. Analistas acreditam que um choque direto de uma EMC extrema, como aquela que quase atingiu nosso planeta em 2012, poderia causar apagões generalizados, e a desativação de tudo o que se conecta a uma tomada de parede. A maioria das pessoas nem sequer seriam capazes de ter água em casa, pois o abastecimento urbano de água de grande parte do mundo depende de bombas elétricas.
O icônico Evento de Carrington, de setembro de 1859, provou para a humanidade que as tempestades solares não têm piedade da tecnologia. Uma série de EMCs poderosas se chocaram de frente com a Terra com uma potência jamais vista. Tempestades geomagnéticas intensas ascenderam auroras até o sul de Cuba, além de interromper os telégrafos de todo o planeta e incendiar grande parte deles.
Acredita-se que a tempestade de julho de 2012 era ainda mais intensa do que o Evento de Carrington, mas por sorte (?), a Terra conseguiu escapar. O que preocupa os cientistas e astrônomos é o fato que, em 1859, basicamente toda tecnologia que tínhamos não sofria influência de pulsos eletromagnéticos. Atualmente, tudo que utilizamos em nossa dia a dia depende diretamente da energia elétrica e dos satélites geoestacionários. Poderíamos ficar sem energia elétrica, internet e sistemas de telefonia, o que representaria um caos generalizado.
De acordo com um estudo realizado pela Academia Nacional de Ciências, o impacto econômico total poderia exceder os 2 trilhões de dólares, cerca de 20 vezes maior do que os custos do um furacão Katrina. Transformadores Multi-Ton danificados por uma tempestade geomagnética podem levar anos para serem recuperados.
“Na minha opinião, a tempestade de julho de 2012 foi em todos os aspectos, pelo menos tão forte quanto o Evento de Carrington em 1859“, diz Baker. “A única diferença é que em 2012 nós escapamos”.
O que o futuro nos reserva?
Em fevereiro de 2014, o físico Pete Riley da Predictive Science Inc. publicou um artigo na revista Space Weather intitulado “Sobre a probabilidade de ocorrência de eventos climáticos extremos espaço.” Nela, ele analisou os registros de tempestades solares dos últimos 50 anos. De acordo com a frequência de tempestades comuns e de tempestades extremas de classe Carrington, ele fez uma previsão sobre as chances da Terra ser atingida por uma tempestade aniquiladora nos próximos 10 anos. A reposta: 12%.
“Inicialmente, fiquei bastante surpreso que as chances eram tão altas, mas as estatísticas parecem estar corretas”, diz Riley. “É uma previsão sóbria”.
Se o trabalho de Riley estiver correto, há uma chance de 12% de que a Terra venha a enfrentar um grande desastre tecnológico nos próximos 10 anos. E como o próprio autor do estudo diz, “é preciso estar preparado”.
Visão pessoal…
Não é de hoje que os fenômenos que acontecem literalmente acima de nós, no espaço, nos assustam de uma maneira particular. Isso, claro, acontece porque a maioria não tem o mínimo conhecimento sobre a área e, como é de se esperar, a falta de conhecimento acaba mistificando o assunto. Resumindo, caiu na rede esta história de que a Terra seria complemente envolvida por uma escuridão profunda no mês de dezembro, que se estenderia entre os dias 16 e 22 do próximo mês. A notícia, segundo contam, foi divulgada pela própria NASA (só que não), que teria identificado uma intensa tempestade solar – a maior dos últimos 250 anos – que duraria em torno de 216 horas. Além disso, nesse período, nosso planeta passaria por uma espécie de “realinhamento”. Ou seja, nós enfrentaríamos poeiras e detritos espaciais, que bloqueariam 90% da luz solar e, como se não bastasse, ainda passaríamos por três dimensões diferentes, responsáveis por operar em nosso mundo inúmeras mudanças (que ninguém sabe ao certo quais seriam e nunca foi decentemente explicado de que natureza também). De argumentos científicos já está bem explicado, mas se alguém tiver a curiosidade de procurar mais um pouco e chegar no site que publicou o tal alerta vai ver coisas interessantes. Os tais divulgadores se embananam na hora de converter o número de dias e as horas correspondentes que vai durar o período de escuridão. Fazendo as contas, dá 3 dias, depois dá 9 dias e o anúncio fala em 6. Perdido num cantinho tem uma nota dizendo que o site é “uma combinação de uma notícia chocante real e entretenimento satírico para manter os visitantes em estado de descrença.” Sem falar no fato que esse “alerta” já foi dado em 2011, foi requentado para o fim do mundo em 2012 e voltou em 2014. Na realidade, é sabido que nossa vida é profundamente dependente de equipamentos elétricos e eletrônicos. Uma tempestade magnética muito intensa colocaria em risco os satélites em órbita da Terra. Sempre que há algum risco em potencial, alguns satélites são colocados em hibernação, desligando todos os sistemas não vitais para tentar preservar a eletrônica. Os telescópios espaciais fazem isso sempre. Mas alguns satélites não podem se dar ao luxo disso, como os satélites de comunicação e os de GPS. Num evento muito energético, como uma explosão de classe X que esteja voltada diretamente para a Terra, correríamos o sério risco de ficar sem comunicação via satélite e perderíamos o posicionamento via GPS. Mais do que bagunçar a procura por aquele restaurante, cinema, casa do amigo na sua cidade, aviões e plataformas de petróleo ficariam literalmente à deriva. Até mesmo comunicações via rádio de alta frequência seriam afetadas, causando um black-out em rádio. Estações e redes de transmissão de eletricidade em países muito ao norte ou ao sul do planeta poderiam ser danificadas. Aliás, tudo parece apocalíptico demais para ser verdade. Ao que tudo indica, essa é mais uma polêmica “profecia”, como a história do calendário Maia, que virou febre no mundo inteiro em 2012 e que previa o fim do mundo (por falta de conhecimento da população sobre este incrível assunto, gerando confusão e má interpretação) ou o “Bug do Milênio”, que colocou todo mundo em alerta máximo no natal de 1999…
Inspiração…
Fonte: NASA / SOHO / Dr. Tony Phillips
Estudos do Dr Paul LaViolette sobre as explosões solares – Earth Under Fire
Imagens: Thierry Cohen / Greenwich Observatory
Recomendo…
Fonte – Monicavox
eu tbm tava começando a acreditar nesses boatos
pois mim mandaram isso direto
fiquei muito aliviado em saber q é falso
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Bom dia irmão Vyctor,
Sabemos que temos de tudo na web, portanto, temos de usar nosso filtro para qualquer tipo de notícia e até mesmo canalizações. Não podemos acreditar cegamente em tudo o que lemos e ouvimos.
Namastê!
Gilberto
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