Confirmado: o ADN das culturas geneticamente modificadas pode ser transferido para os seres humanos que os comam – 09.01.2014
7 Novembro, 2016 por Colaborama
Num estudo publicado pela Revista Pública de Ciências (PLOS), os pesquisadores enfatizam que há evidências suficientes de que os fragmentos de ADN derivados dos alimentos, carregam os genes completos que podem entrar no sistema de circulação humano através de um mecanismo desconhecido. (0) Gostaria de saber se os cientistas dessas empresas de biotecnologias já identificaram esse mecanismo? Numa das amostras de sangue a concentração relativa de DNA da planta é mais elevado do que o do ADN humano. O estudo baseou-se na análise de mais de 1000 amostras humanas de quatro estudos independentes. A PLOS revista científica de revisão pelos pares, respeitada e de acesso livre que abrange a investigação primária de várias disciplinas da ciência e medicina. É ótimo ver este estudo publicado nela, confirmando o que muitos suspeitam há anos.
Quando se trata de culturas de alimentos geneticamente modificados, verdadeiramente não temos ideia de quais serão os efeitos a longo prazo sobre o público. A primeira venda comercial de alimentos geneticamente modificados foi à apenas vinte anos atrás, no ano de 1994. Não há nenhuma forma possível pela qual as nossas autoridades de saúde podem testar todas as combinações possíveis numa população suficientemente grande e durante um período de tempo suficientemente longo para serem capazes de afirmar com total certeza que eles são inofensivos. O geneticista David Suzuki expressou recentemente a sua preocupação, afirmando que os seres humanos fazem parte de uma “experiência genética massiva” já desde a muitos anos, visto milhões de pessoas continuarem a consumir OGM, e faz sentido.
Os avanços na ciência do genoma ao longo dos últimos anos revelaram que os organismos geneticamente modificados podem partilhar os seus genes. Antes disso, pensava-se que os genes eram partilhados apenas entre membros individuais de uma determinada espécie através da reprodução. Os geneticistas geralmente seguiam a transmissão dos genes de uma forma que eles designariam por “vertical”, como entre um macho e uma fêmea – você segue a descendência e assim sucessivamente. Hoje os cientistas reconhecem que os genes são partilhados não só entre os membros individuais de uma espécie, mas também entre os membros de diferentes espécies.
A nossa corrente sanguínea é considerada um ambiente bem separado do mundo exterior e do trato digestivo. De acordo com o paradigma dominante as grandes macromoléculas consumidas nos alimentos não podem passar diretamente para o sistema circulatório. Durante a digestão, pensa-se que as proteínas e o ADN são degradados em pequenos constituintes, aminoácidos e ácidos nucleicos respectivamente, e depois são absorvidos por um complexo processo ativo e distribuídos por várias partes do corpo através do sistema de circulação. Aqui, com base na análise em mais de 1000 amostras humanas de quatro estudos independentes, relatamos as evidências de que os fragmentos de ADN derivados de alimentos são suficientemente grandes para transportar genes completos e podem evitar a degradação através de um mecanismo desconhecido entrarem no sistema de circulação humano. Numa das amostras de sangue a concentração relativa de ADN da planta é mais elevado do que o ADN humano. A concentração de ADN da planta mostra uma distribuição lognormal surpreendentemente precisa nas amostras de plasma enquanto se verificou que a amostra de controle não-plasma (sangue do cordão umbilical) estava livre de ADN da planta.
Não é como se um ser humano acasalasse com uma maçã, uma banana ou uma cenoura em troca de genes. O que a biotecnologia e as corporações de biotecnologia como a Monsanto fizeram, é que eles permitiram a transferência de genes de um para outro sem qualquer consideração pelas limitações ou restrições biológicas. O problema disso é que ele é baseado em ciência de muito má qualidade. As condições e as “regras” biológicas que se aplicam à transferência vertical de genes, pelo menos das que temos hoje conhecimento, não se aplicam necessariamente à transferência horizontal de genes. Hoje, a ciência da biotecnologia é baseada no pressuposto de que os princípios que regem a transmissão dos genes são os mesmos quando movemos os genes horizontalmente e quando os deslocamos verticalmente. Isto só demonstra que os OGMs devem ser submetidos a muito mais testes e pesquisas rigorosas antes de continuarem a ser consumidos.
Como podem as nossas autoridades governamentais de saúde aprová-los como seguras? É quase como se eles nos dissessem que são e nós apenas acreditamos na palavra deles sem questionar. Parecemos ser uma espécie muito crédula, mas as coisas estão a mudar e cada vez mais pessoas começam a questionar o mundo ao seu redor.
Uma pequena mutação num ser humano pode determinar tantas coisas que o ponto a reter aqui é que quando você move um gene, um gene minúsculo para fora de um organismo e para um outro diferente, você muda completamente o seu contexto. Não há como prever a forma como ele se vai comportar e qual será o resultado. Pensamos que desenhamos essas formas de vida, mas na realidade é como levar a orquestra de Toronto preparada para tocar uma sinfonia de Beethoven e depois pegar de forma aleatória alguns bateristas “de outro lugar” e pô-los a tocar a sinfonia da orquestra Toronto e dizer tocar música. O que sai vai ser algo muito, muito diferente. Os publicitários afirmam que são boas as intenções por detrás dos OGMs, mas o fato é que todo o tópico é orientado pelo dinheiro. – David Suzuki
Pessoalmente, eu acredito que as intenções vão além do dinheiro, mas isso é outra história.
É também bastante claro que o ADN nos alimentos pode e eventualmente vai parar aos tecidos animais e produtos lácteos que as pessoas comem. (4) (5)
Existem estudos que demonstram que quando os seres humanos ou animais digerem alimentos geneticamente modificados, os genes criados artificialmente transferem-se para e alteram as características das bactérias benéficas no intestino. Os investigadores relatam que os micróbios encontrados no intestino delgado de pessoas com ileostomia são capazes de adquirir e abrigar sequências de ADN de plantas geneticamente modificadas. (1) As culturas geneticamente modificadas infiltraram-se nos alimentos para animais desde 1996 e é normal que eles tenham uma dieta integralmente composta por GM. Os estudos têm vinculado alimentação de OGM animal com inflamações graves no estômago e no útero em suínos.
Também é importante notar que a transferência de genes entre culturas agrícolas geneticamente modificadas e espécies nativas circundantes deu origem a uma espécie altamente resistente das chamadas super-ervas daninhas. De acordo com a organização mundial de saúde, a transferência de genes e a transferência de genes de plantas geneticamente modificadas para as culturas convencionais ou espécies relacionadas pode ter um efeito sobre a segurança alimentar. “Esse risco é real tal como foi demonstrado quando os vestígios de um tipo específico de milho que só foi aprovado para a alimentação animal apareceu nos produtos de milho para consumo humano, nos Estados Unidos. (3)
A verdade é que os engenheiros genéticos nunca levaram em consideração a realidade da transferência de genes quando produzem essas coisas e as introduzem no meio ambiente. Em resultado disso, estamos agora a começar a ver as consequências do genes que são projetados, em particular como eles se propagam e alteram outros organismos nos diversos ambientes. Watrud et al. (2004) descobriram que os genes trans resistentes aos herbicidas propagavam-se através do pólen ao longo de uma zona até 21 quilômetros para além do perímetro da área de controle, e tinham polinizado ervas rasteiras selvagens. (2)
Antes deste ano, os governos concluíram que é improvável que ocorra a transferência de ADN entre culturas e alimentos geneticamente modificados. Agora podemos ver que eles estão errados, ou talvez já tivessem conhecimento disso? Independentemente do fato do ADN de alimentos GM poder ser transferido para seres humanos e animais, muito pouco ainda é conhecido hoje e o que é conhecido não parece bom. Existem estudos que ligam os OGM e os pesticidas a várias doenças. Nós apresentamos e escrevemos sobre eles no nosso site várias vezes, e este é mais outro artigo para adicionar à crescente quantidade de evidências que sugerem que precisamos de parar a produção de OGMs até que nós definitivamente tenhamos a certeza que eles são seguros para o consumo humano.
Não é um mistério então porque é que a maioria dos países por todo o mundo já baniram completamente os OGMs.
(Nota Gilberto – Leia também: “Novo estudo Norueguês acusa a Monsanto de falsamente declarar que os Organismos Geneticamente Modificados são seguros” – “Boicote a Monsanto (OGM) – Uma lista de empresas a evitar” – “Indústria dos Transgênicos – Nestlé, Cargil, Monsanto, Pepsico e Walmart” – “A Indústria dos Transgênicos Animais – BRF Brasil Foods – Sadia e Perdigão – Os alimentos “Frankenstein”” – “Documentário – O Mundo Segundo a Monsanto“)
Este artigo foi originalmente criado e publicado pelo Collective Evolution.
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Fonte – Prepare for Change