Uma viagem ao Cérebro Humano – 7ª Parte – 20.11.2015
Anfetaminas são drogas sintéticas que estimulam a atividade do sistema nervoso central. Edellano, em 1887, foi quem primeiro obteve essa substância em laboratório, que só foi utilizada em larga escala durante a Segunda Guerra Mundial para manter os soldados acordados e mais ativos no esforço de guerra. Ficou evidente também que as anfetaminas, que se mostraram eficazes para deixá-los mais atentos e confiantes, diminuíam a sensação de fome e fadiga. Passado algum tempo, porém, as autoridades médicas da Inglaterra verificaram que, sob o efeito dessas drogas, o desempenho dos pilotos da RAF ficava seriamente comprometido e proibiram seu uso. Mais tarde, quando a ação das anfetaminas como inibidoras do apetite foi comprovada, elas passaram a ser usadas nas dietas alimentares pelas pessoas que queriam perder peso. Embora esse tenha sido o uso que as tornou extremamente populares mundo afora, não é o único. São anfetaminas o “rebite” que o caminhoneiro toma para não dormir ao volante, a “bolinha” que deixa o estudante aceso nas vésperas das provas e os “comprimidos” que se serve o jovem para varar a noite nas baladas.
As anfetaminas são drogas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, isto é, fazem o cérebro trabalhar mais depressa, deixando as pessoas mais “acesas”, “ligadas” com “menos sono”, “elétricas”, etc, ou por pessoas que costumam fazer regimes de emagrecimento sem o acompanhamento médico. Nos USA, a metanfetamina (uma anfetamina) tem sido muito consumida na forma fumada em cachimbos, recebendo o nome de “ICE” C gelo. Outra anfetamina, metilenodióximetanfetamina (MDMA), também conhecida pelo nome de “Êxtase”, tem sido uma das drogas com maior aceitação pela juventude inglesa e agora, também, com um consumo crescente nos USA.
As anfetaminas são drogas sintéticas, fabricadas em laboratório. Não são, portanto, produtos naturais. Existem várias drogas sintéticas que pertencem ao grupo das anfetaminas e como cada uma delas pode ser comercializada sob a forma de remédio, por vários laboratórios e com diferentes nomes de fantasia, temos um grande número destes medicamentos, conforme mostra a tabela.
Tabela – Nomes comerciais de alguns medicamentos à base de drogas do tipo anfetamina, vendidos no Brasil. Dados obtidos do Dicionário de Especialidades Farmacêuticas – DEF – ano 1996/1997.
* Retirado do mercado brasileiro, mas encontrado no Brasil graças à importação ilegal de outros países sul-americanos. Nos USA cada vez mais usado sob o nome de ICE.
As anfetaminas agem de uma maneira ampla afetando vários comportamentos do ser humano. A pessoa sob sua ação tem insônia (isto é, fica com menos sono) inapetência (ou seja, perde o apetite), sente-se cheia de energia e fala mais rápido ficando “ligada”. Assim, o motorista que toma o “rebite” para não dormir, o estudante que ingere “bolinha” para varar a noite estudando, um gordinho que as engole regularmente para emagrecer ou ainda uma pessoa que se injeta com uma ampola de Pervitin ou com comprimidos dissolvidos em água para ficar “ligadão” ou ter um “baque” estão na realidade tomando drogas anfetamínicas. A pessoa que toma anfetaminas é capaz de executar uma atividade qualquer por mais tempo, sentindo menos cansaço. Este só aparece horas mais tarde quando a droga já se foi do organismo; se nova dose é tomada as energias voltam embora com menos intensidade. De qualquer maneira as anfetaminas fazem com que um organismo reaja acima de suas capacidades exercendo esforços excessivos, o que logicamente é prejudicial para a saúde. E o pior é que a pessoa ao parar de tomar sente uma grande falta de energia (astenia) ficando bastante deprimida, o que também é prejudicial, pois não consegue nem realizar as tarefas que normalmente fazia antes do uso dessas drogas.
As anfetaminas não exercem somente efeitos no cérebro. Assim, agem na pupila dos nossos olhos produzindo uma dilatação (o que em medicina se chama midríase); este efeito é prejudicial para os motoristas, pois à noite ficam mais ofuscados pelos faróis dos carros em direção contrária. Elas também causam um aumento do número de batimentos do coração (o que se chama taquicardia) e um aumento da pressão sanguínea. Aqui também podem haver sérios prejuízos à saúde das pessoas que já têm problemas cardíacos ou de pressão, que façam uso prolongado dessas drogas sem o acompanhamento médico, ou ainda que se utilizarem de doses excessivas.
– Efeitos tóxicos
Se uma pessoa exagera na dose (toma vários comprimidos de uma só vez) todos os efeitos acima descritos ficam mais acentuados e podem começar a aparecer comportamentos diferentes do normal: ela fica mais agressiva, irritadiça, começa a suspeitar de que outros estão tramando contra ela: é o chamado delírio persecutório. Dependendo do excesso da dose e da sensibilidade da pessoa pode aparecer um verdadeiro estado de paranóia e até alucinações. É a psicose anfetamínica. Os sinais físicos ficam também muito evidentes: midríase acentuada, pele pálida (devido à contração dos vasos sanguíneos) e taquicardia. Essas intoxicações são graves e a pessoa geralmente precisa ser internada até a desintoxicação completa. Às vezes durante a intoxicação a temperatura aumenta muito e isto é bastante perigoso pois pode levar a convulsões. Finalmente trabalhos recentes em animais de laboratório mostram que o uso continuado de anfetaminas pode levar à degeneração de determinadas células do cérebro. Este achado indica a possibilidade de o uso crônico de anfetaminas produzir lesões irreversíveis em pessoas que abusam destas drogas. Quando uma anfetamina é continuamente tomada por uma pessoa, esta começa a perceber com o tempo que a droga faz a cada dia menos efeito, assim, para obter o que deseja, precisa ir tomando a cada dia doses maiores.
Há até casos que de 1-2 comprimidos a pessoa passou a tomar até 40-60 comprimidos diariamente. Este é o fenômeno de tolerância, ou seja, o organismo acaba por se acostumar ou ficar tolerante à droga. Discute-se até hoje se uma pessoa que vinha tomando anfetamina há tempos e pára de tomar, apresentaria sinais desta interrupção da droga, ou seja, se teria um Síndrome de Abstinência. Ao que se sabe algumas pessoas podem ficar nestas condições em um estado de grande depressão, difícil de ser suportada, entretanto, isto não é uma regra geral, isto é, não aconteceria com todas as pessoas.
– Informações sobre consumo no Brasil
O Brasil é o maior consumidor mundial de anfetaminas, dado que preocupa as autoridades de saúde pública. Para cada mil habitantes, são consumidos nove comprimidos de anfetamina por dia, uma droga que produz tolerância e traz prejuízos indiscutíveis à saúde. O consumo destas drogas no Brasil chega a ser alarmante, tanto que até a Organização das Nações Unidas vem alertando o Governo brasileiro a respeito. Por exemplo, entre estudantes brasileiros do 1º e 2º graus das 10 maiores capitais do país, 4,4% revelaram já ter experimentado pelo menos uma vez na vida uma droga tipo anfetamina. O uso frequente (6 ou mais vezes no mês) foi relatado por 0,7% dos estudantes. Este uso foi mais comum entre as meninas. Outro dado preocupante diz respeito ao total consumido no Brasil: em 1995 atingiu mais de 20 toneladas, o que significa muitos milhões de doses.
– Dr. Dráuzio Varella entrevista o Dr. Táki Cordas – médico psiquiatra, coordenador do Ambulim – Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares – do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
DV – Como agem as anfetaminas no cérebro?
Táki Cordás – As anfetaminas e seus derivados exercem determinadas ações químicas sobre o cérebro que provocam excitação, insônia e falta de apetite. As alterações que promovem nos neurotransmissores chamados dopamina e serotonina tornam os indivíduos mais alerta, mais atentos e também conferem grande sensação de bem-estar. Sob o efeito dessas drogas, efeito que se mantém por algum tempo, eles acham que conseguem tudo, podem tudo, tornam-se mais falantes e apresentam aparente melhora do desempenho intelectual.
DV – Quanto tempo dura a ação das anfetaminas?
Táki Cordás – Dependendo da droga, sua ação pode durar oito, dez ou até doze horas. Passado o efeito, porém, o indivíduo se sente deprimido, angustiado, como se estivesse descarregado, o que provoca a necessidade de consumir de novo um ou mais comprimidos.
DV – Mas, as anfetaminas não agem apenas no sistema nervoso central…
Táki Cordás – As anfetaminas agem também sobre outros órgãos e provocam aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, arritmias, diarreias, gastrite, tremor fino de mãos, boca seca, irritabilidade intensa. Podem, ainda, ser responsáveis por episódios de intestino preso que, muitas vezes, se alternam com crises de diarréia. Recentemente, um trabalho com mulheres mostrou que certos tipos de anfetaminas provocam mais acidentes vasculares cerebrais, ou seja, mais derrames, em virtude do grande aumento da pressão arterial que provocam.
DV – Mas as anfetaminas não são utilizadas apenas como redutores do apetite…
Táki Cordás – É importante lembrar que a anfetamina e seus derivados têm duas indicações médicas: para o transtorno do déficit de atenção (TDAH), que pode acometer tanto as crianças quanto os adultos, e para a narcolepsia, um distúrbio cujo principal sintoma é a sonolência excessiva. Exceção feita a esses dois casos, essas drogas são usadas de maneira infeliz e exagerada no controle do peso e do apetite. Elas entram na composição de fórmulas magistrais, que a pessoa toma dois ou três comprimidos por dia e incluem, além da anfetamina, um tranquilizante, um hormônio da tireoide, um diurético, um antidepressivo e outro moderador de apetite.
DV – O ecstasy que a garotada toma nas festas para passar a noite acordada também é um tipo de anfetamina?
Táki Cordás – O ecstasy ou MDMA, que é a sigla dessa droga, é um derivado da anfetamina que mantém o indivíduo acordado e mais atento. Essa substância também aumenta a sensação de luminosidade e a acuidade visual. Passado seu efeito, porém, a pessoa sente extremo cansaço, sonolência, depressão e irritabilidade. Outros derivados da anfetamina são conhecidos há muito tempo. O aluno que precisava passar a noite estudando tomava “bolinha”, que era vendida livremente nas farmácias, e o caminhoneiro toma “rebite’ para ficar acordado enquanto dirige de madrugada.
DV – As anfetaminas realmente reduzem o apetite?
Táki Cordas – Reduzem durante um período limitado. Por isso, muitas vezes, a pessoa aumenta a dose por conta própria para prolongar o efeito. Embora no início as anfetaminas possam promover perda rápida de peso, a suspensão da droga provoca o efeito rebote, o apetite aumenta exageradamente e é comum o indivíduo ganhar mais peso do que tinha antes de tomar a droga.
DV – Na verdade, a perda rápida de peso de quem toma anfetaminas acaba servindo de propaganda para o uso dessas drogas. Os amigos vêem o resultado – “Puxa, perdeu dez quilos em um mês…” – e ficam tentados a experimentá-las.
Táki Cordás – Um indivíduo que perde 10kg em 30 dias tem alguma coisa de errado, porque está consumindo energia demais. Certamente, quando suspender o remédio, vai recuperar os dez quilos que perdeu e mais alguns. Como não quer que isso aconteça, com frequência acaba aumentando as doses diárias das anfetaminas, o que provoca efeitos psiquiátricos às vezes graves.
DV – Não existe mágica com o corpo humano. Todas as drogas que provocam excitação, terminado seu efeito, dão lugar a uma fase de depressão inexorável.
Táki Cordás – O preço é tão grande, tão desproporcional quanto o efeito que a pessoa possa usufruir inicialmente.
DV – De modo geral, qual é a dosagem diária das anfetaminas usadas nos regimes para emagrecer?
Táki Cordás – É preciso muito cuidado quando se fala em doses adequadas de anfetaminas nas dietas para emagrecimento. Cada vez mais o consenso é que essas drogas não deveriam ser utilizadas com essa função. A meu ver, não basta apenas o controle da prescrição. É necessário proibir que sejam prescritas.
DV – Os endocrinologistas que prescrevem essas drogas argumentam que existem poucas armas para o tratamento da obesidade nos hospitais públicos. Como as anfetaminas são baratas, acabam virando o único recurso disponível para grande parte da nossa população.
Táki Cordás – Esse é o argumento oficial de endocrinologistas respeitáveis e de bom senso. Entretanto, existe um arsenal terapêutico constituído por outras drogas, entre elas alguns medicamentos genéricos, que podem ser utilizados, e recursos não medicamentosos, como a insistência na dieta equilibrada.
DV – Medicamento que provoca excitação e deixa o indivíduo vivo, interessante, alegre, mas depois produz um estado depressivo, uma tristeza profunda, parece que tem tudo para ser usado compulsivamente. O que acontece com o uso continuado das anfetaminas?
Táki Cordás – O abuso e a dependência de anfetaminas ainda são pouco estudados no Brasil, mas ninguém mais discute que seu uso contínuo provoca quadros psiquiátricos graves de depressão e irritabilidade com “viradas” para euforia. Ou seja, a fase maníaca em que a pessoa fica excitada, eufórica, falante, com comportamento inadequado, alterna-se com quadros paranoides caracterizados por extrema desconfiança. É o caminhoneiro que imagina estar sendo perseguido pelos ocupantes do carro que vem atrás ou o funcionário que acha que todos os colegas estão falando mal dele no escritório.
DV – Caso sejam absolutamente necessárias, por quanto tempo as anfetaminas podem ser usadas?
Táki Cordás – Caso se chegue à conclusão de que não há alternativa de tratamento, o tempo de uso das anfetaminas deve ser muito breve. Em alguns países, não pode ultrapassar dois ou três meses.
DV – A prática clínica mostra que as pessoas tomam anfetaminas por muito tempo?
Táki Cordás – A prática clínica mostra que existem indivíduos usando anfetaminas há 8, 10, 12 anos e que muitos deles obtêm a droga em farmácias de manipulação sem necessidade de renovar a prescrição médica.
DV – Qual é a relação entre anfetaminas e fórmulas para emagrecer?
Táki Cordás – Na composição das fórmulas para emagrecer prescritas indevidamente por alguns médicos entram, geralmente, um moderador de apetite, um diurético, um laxante e um hormônio da tireoide. É fundamental reforçar que nem o diurético nem o laxante ajudam a emagrecer (a pessoa só perde líquido, que é recuperado em seguida) e que a Associação Brasileira de Obesidade é totalmente contrária ao uso do hormônio da tireoide, porque não promove o emagrecimento e pode levar à lesão dessa glândula e a lesões cardiológicas. Muitas vezes, com a função de contrabalançar o efeito euforizante ou excitante do moderador de apetite, essas fórmulas incluem um tranquilizante ou um antidepressivo, substâncias que também induzem a dependência.
DV – Existem resoluções médicas muito claras contra o uso de fórmulas para emagrecimento. Por que os médicos continuam receitando?
Táki Cordás – De fato, há mais do que normas médicas restritivas, existem leis proibindo o uso associado de drogas com ação sobre o sistema nervoso central. Por isso, acho difícil encontrar uma razão científica para alguns colegas continuarem a prescrever essas fórmulas ou a compor duas ou três formulações diferentes para prescrevê-las.
DV – Quais são os efeitos colaterais do uso contínuo das anfetaminas?
Táki Cordás – Em geral, as pessoas ficam deprimidas, tristes, irritadas, muito ansiosas, com ataques de pânico e reação suicida. Algumas chegam a desenvolver quadros psicóticos ou paranoides graves. Muitas experimentam perdas importantes tanto profissionais quanto de relacionamento pessoal e precisam aumentar o uso da droga para manter algum nível de funcionamento.
– Transtorno do Déficit de Atenção e as Anfetaminas
Portanto, o segredo da compreensão do controle das funções cerebrais na drogadição está principalmente em entender os nossos processos químicos de informação. Se pudermos entender como estes sistemas interagem para produzir estes comportamentos, e se soubermos o suficiente sobre a neuroquímica, poderemos eventualmente intervir e bloquear ou corrigir as alterações. Mas isso não é tudo. Precisamos também entender melhor os mecanismos psicológicos individuais e sociais que estão por trás do fenômeno da drogadição. Afinal, todos nós temos esses sistemas cerebrais, neurotransmissores e receptores, mas apenas alguns de nós sucumbem ao abuso de drogas.
– Ritalina para TDAH – Ritalina (Metilfenidato) – Remédio para TDAH
Ritalina (metilfenidato) é a alternativa medicamentosa mais comum para TDAH – Déficit de Atenção e hiperatividade. Uma das preocupações mais usuais quando se tem um diagnóstico de TDAH – ou mesmo quando há apenas desconfiança diz respeito ao uso de medicação. Perguntas comuns são: Vou tomar Ritalina? Preciso mesmo tomar o remédio? O remédio vicia? É para sempre?
Recentemente, tem havido diversas críticas ao aumento muito elevado (mais que 1.000% de aumento no Brasil) na prescrição de medicação para crianças, especialmente Ritalina (metilfenidato). Hoje, o Brasil é o segundo pais que mais consome Ritalina no mundo. Além disso, o consumo por não-portadores de TDAH, vendas ilegais pela internet, abuso por jovens em baladas ou para melhores resultados em provas ou no trabalho, já assumiram proporções muito assustadoras e assemelhadas a outras situações de tráfico de drogas. Uma simples pesquisa pelo Google mostra como é fácil comprar Ritalina pela internet. A faixa preta sempre assusta. É uma reação extremamente comum, devido a perguntas não respondidas, medos não resolvidos, preconceitos e falta de informação. É preciso conhecer mais sobre os tratamentos, as especificidades de cada um e, no caso da medicação, as indicações e efeitos colaterais do tratamento para TDAH com Ritalina ou outros remédios para TDAH, Hiperatividade e outras das queixas associadas.
– Perguntas frequentes
Se fizer tratamento para TDAH com medicação/Ritalina, precisarei fazer outros tratamentos?
A medicação é uma alternativa que pode trazer muitos benefícios, por atuar diretamente sobre o funcionamento cerebral. Contudo, é preciso ter claro que as complicações associadas ao TDAH, hiperatividade, impulsividade não se reduzem a estas alterações. Habilidades, competências, hábitos e padrões comportamentais são desenvolvidos ao longo dos anos, por processos de aprendizagem e treinamentos (conscientes ou não). Devido às alterações do TDAH, esta aprendizagem – especialmente durante a infância – é comprometida. Quando se introduz a medicação, a capacidade de controle do foco da atenção e outras funções executivas melhoram. Isto, porém, não é suficiente para desenvolver todas as habilidades necessárias nem construir novos hábitos e formas de agir.
De um modo geral, tratamentos exclusivamente baseados em medicação, mesmo que tragam efeitos positivos de curto prazo, no médio e longo prazo se mostram insuficientes para atender às necessidades, especialmente com organização, planejamento, cumprimento de prazos, auto-controle, equilíbrio emocional, capacidade de relacionamentos, entre outros. Há uma expressão muito usada a este respeito: “Pilulas não ensinam habilidades”.
Isto é especialmente verdadeiro no caso de crianças que são diagnosticadas após 10 ou 11 anos de idade. Muitas delas, devido à distração ou hiperatividade próprias do TDAH, tiveram seu processo de alfabetização comprometido, bem como os primeiros desenvolvimentos do raciocínio lógico-matemático e das capacidades mais incipientes de organização e realização de tarefas. Neste caso, um tratamento exclusivamente medicamentoso serviria para reduzir a agitação – facilitando assim os períodos em sala de aula e reduzindo as queixas da escola – porém não traria ganhos ao seu desenvolvimento escolar, pois o próprio aproveitamento já sofre os efeitos do déficit de conteúdos e competências. Assim, é fundamental entender as necessidades envolvidas e certificar-se que o plano de tratamento levou-as em conta..
Leia mais: – O uso da Ritalina/medicação para TDAH é para sempre? – Quais os efeitos colaterais da Ritalina? – Quais os riscos de usar Ritalina/medicação tarja preta – A Ritalina causa dependência?
– Vou usar medicação/Ritalina no meu tratamento?
Esta é uma resposta que não pode ser dada antecipadamente. A Ritalina (metilfenidato) é uma das medicações mais comuns para TDAH – distração, hiperatividade e impulsividade, mas não é a única. A decisão em prescrever Ritalina – ou outra medicação indicada – é baseada em uma análise das particularidades do caso em questão. O tratamento de TDAH não é definido a priori, antes de uma avaliação extensa – ou, pelo menos, jamais deveria ser.
Considerando que o tratamento medicamentoso tenha sido recomendado, ainda assim esta continua sendo uma decisão pessoal. Algumas pessoas preferem não tomar medicação sempre que possível – o que não se limita à Ritalina. Pessoas assim tendem a preferir outras alternativas de tratamento, deixando a medicação como último recurso.
– Bula de Anfetamina (Adderall)
Adderall é um remédio psicoestimulante constituído por sais de anfetamina, usado para tratar a narcolepsia e déficit de atenção com hiperatividade. Este remédio atua diretamente no sistema nervoso central, aumentando a atividade cerebral. O uso desta substância é altamente controlado, pois tem um alto potencial de abuso e vício. As indicações do Adderall Narcolepsia, é para o déficit de atenção com hiperatividade e depressão resistente ao tratamento. Os efeitos colaterais do Adderal podem ser diminuição do apetite, dificuldade de dormir, dor estomacal, boca seca, psicose, mau hálito, perda de interesse sexual, perda de peso, sintomas de depressão e ansiedade, angina, cansaço, alteração na pressão e pulsação, visão turva, tontura, febre, alucinações, dor de cabeça, problemas renais, nervosismo, náusea, vômito ou morte. O Adderall é contra-indicado em pacientes que tenham doença cardíaca, hipertensão, dependência de drogas, anorexia, glaucoma ou pacientes que usam antidepressivos inibidores de monoamina oxidase.
O Inibex S é um remédio inibidor do apetite que contém na sua fórmula Anfepramona, uma substância que estimula o centro de saciedade do cérebro, reduzindo assim o apetite. O Inibex S é produzido pelos laboratórios Medley e pode ser comprado nas farmácias convencionais sob a forma de comprimidos com 25 mg ou de liberação lenta de 50 ou 75 mg.
Efeitos colaterais do Inibex S
Os principais efeitos colaterais do Inibex S incluem palpitações, aumento dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, nervosismo, tonturas, alterações do sono, tristeza, tremores, dores de cabeça, euforia, boca seca, enjoos, vômitos, dor na barriga, diarreia, prisão de ventre, urticária na pele, dor muscular ou sensação de falta de ar.
Contra-indicações do Inibex S
O Inibex S está contraindicado para crianças com menos de 12 anos e idosos, assim como pacientes com hipertensão grave, arteriosclerose avançada, arritmia, hipertireoidismo, glaucoma, feocromocitoma, adenoma da próstata, insuficiência renal, distúrbios psiquiátricos, epilepsia, insuficiência hepática, alcoolismo crônico ou com hipersensibilidade ao princípio ativo ou algum dos componentes da fórmula.
Leia mais: Link para o artigo original: www.dda-deficitdeatencao.com.br/tratamento/medicacao.html – Escrito por Cacilda Amorim, Diretora Clínica do IPDA.
Veja outros artigos debatendo e/ou questionando o uso de medicação para TDAH – Déficit de Atenção e Hiperatividade: Abuso de Medicação entre pessoas que não tem TDAH – Excessos de diagnósticos e prescrição de medicamentos tarja preta – SP – Prefeitura aumenta a compra de remédio para TDAH – Ao invés de reverem a educação, usam Ritalina – TDAH – Um transtorno para todos
Saiba mais: Biologia da dependência – Álcool e drogas podem sequestrar seu cérebro – Remédios e medicamentos para emagrecer – Sibutramina – Femproporex – Dietilpropiona – Anfepramona – Neurotransmissores serotonina, dopamina, noradrenalina e bem-estar – Paranóia – Alucinação – Alucinações visuais, auditivas – Causas e tratamento – Esquizofrenia paranóide
– Principais Remédios Anorexígenos (à base de anfetamina) do Mercado:
Anfepramona (Dietilpropiona) – Femproporex – Fenfluramina – Fenilpropanolamina – Mazindol
Composição
Com a composição do remédio estão as drogas Dietilpropiona ou Anfepramona, a Fenproporex, Manzidol, Metanfatemina e o Metilfenidato. Os produtos que podem ser encontrados na farmácia com essas substâncias são, Dualid S, Hipofagin, Lipomax, Desobesi-M, Dasten, Dianzinil, Fagolipo, Pervitin, Ritalina. Uma droga muito perigosa, todas as anfetaminas possuem sérios efeitos colaterais e deve ser utilizada com muita cautela.
Leia mais:
Anfetaminas e Drogas Derivadas – PDF
Phantoms in the Brain: Probing the Mysteries of the Human Mind – by V. S. Ramachandran
Encyclopedia of the Human Brain – by V. S. Ramachandran
Reith Lectures 2003: The Emerging Mind (BBC) – by V. S. Ramachandran
Tese de Doutorado – Autor – Yonamine, Maurício (Catálogo USP)
Unidade da USP – Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Área do Conhecimento: Toxicologia e Análises Toxicológicas
Tema: A saliva como espécime biológico para monitorar o uso de álcool, anfetamina, metanfetamina, cocaína e maconha por motoristas profissionais –Mauricio Yonamine – Tese.pdf
UNICAMP: A Ritalina e os riscos de um “genocídio do futuro”
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Certamente nosso conhecimento das funções do cérebro permanece tão primitivo quanto era nosso conhecimento sobre o resto do corpo humano há um século ou dois (por exemplo sobre o fígado, baço ou pâncreas). Um século atrás nós tínhamos apenas algumas noções vagas sobre o fígado tendo “algo a ver com a digestão”, agora nós sabemos que ele tem mais de 30 funções metabólicas, cada uma das quais é entendida em todos seus intrincados detalhes. No entanto, apesar da acumulação de vastas quantidades de conhecimento factual sobre o cérebro (cerca de 10.000 estudos são apresentados a cada ano nas reuniões da Society for Neuroscience nos EUA), a maioria de perguntas BÁSICAS sobre nossas mentes permanece sem resposta. O que é a vontade? Que é o “eu”? Por que eu me sinto como uma pessoa única, que resiste através do tempo e do espaço? Que é consciência? Por que nós rimos, fazendo movimentos da cabeça e vocalizações rítmicas em determinadas situações? Por que nós choramos? Por que nós dançamos? Qual é o significado da arte? Por que existe a música? Por que nós sonhamos? Por que nós precisamos dormir? Nos arriscaremos a fazer a predição que tudo isto mudará nos próximos 100 anos. Fazendo as perguntas certas e fazendo os tipos certos de experiências, nós poderemos começar a responder a estas perguntas tão elevadas que até agora tem sido a preocupação de filósofos. E existe uma sensação de esta será a revolução maior de todas, com implicações muito maiores do que a revolução copernicana ou darwiniana. Pois, assim que compreendemos a natureza humana, uma vez que nós compreendamos a nós mesmos, não há realmente nenhum limite para o que os seres humanos possam conseguir. Experiências com pacientes que não tinham nenhum talento poético ou artístico até chegarem na casa dos sessenta anos e depois de terem um derrame ou de terem ataques epilépticos, isto pareceu “liberar” suas habilidades artísticas. Um paciente não tinha nenhum interesse (ou talento) para a poesia até o início de crises epilépticas do lobo temporal. Logo em seguida, começou a produzir grandes quantidades de boa (mas não excepcional) poesia. Outro artista na Califórnia teve um derrame que causou MELHORIA repentina em seu estilo artístico: ele tornou-se mais fluido, abstrato e imaginativo. Pesquisas na UCLA mostraram que alguns pacientes com demência fronto-parietal progressiva começaram de repente a pintar belas imagens – o que não podiam fazer antes do início da demência. Em pacientes com derrame, é improvável que haja uma hipertrofia de verdade das áreas devotadas à matemática ou à arte. Mais provavelmente há um aumento na ALOCAÇÃO DE RECURSOS ATENCIONAIS aos módulos sobreviventes do cérebro. As implicações de tudo isto, se confirmadas, são abaladoras, pois estes pacientes nos comprovam que existe uma prova da existência de que TODOS nós somos gênios matemáticos ou artísticos, mas que reprimimos estas habilidades, que nos estão sendo negadas. Se isso é verdade, então teremos que esperar por um derrame ou ataques epilépticos para desencadear este potencial? Ou ele pode ser conseguido através de meios menos drásticos? Portanto, o segredo da compreensão do controle das funções cerebrais no caso da drogadição está principalmente em entender os nossos processos químicos de informação. Se pudermos entender como estes sistemas interagem para produzir estes comportamentos, e se soubermos o suficiente sobre a neuroquímica, poderemos eventualmente intervir e bloquear ou corrigir as alterações. Mas isso não é tudo. Precisamos também entender melhor os mecanismos psicológicos individuais e sociais que estão por trás do fenômeno da drogadição. Afinal, todos nós temos esses sistemas cerebrais, neurotransmissores e receptores, mas apenas alguns de nós sucumbem ao abuso de drogas.
EQUIPE DA LUZ É INVENCÍVEL
(Nota Gilberto – Mestre Saint Germain nos passou ensinamentos sobre as substâncias prejudiciais aos nossos corpos em ordem de importância: narcóticos, álcool, carne, fumo, açúcar em excesso, sal e café forte. Do livro “Eu Sou” A Presença Mágica, Ed. Ponte para a Liberdade.
Acho tudo isso muito interessante. Por exemplo: se tudo o que o ser humano sente é sintoma de doença, se tiver vontade de ir correndo à padaria todos os dias, qual transtorno o profissional (?) dirá que sou portador? Observe uma pessoa gordinha, veja como ela tem a pele, o rosto e o sorriso mais bonito do que uma pessoa magra ou de porte atlético avantajado que toma algum tipo de droga para manter seu físico. E quem “inventou” que um corpo magro ou até mesmo esquelético é sinônimo de beleza? A indústria da “morte” (farmacêutica $$$) precisa urgentemente ser desmantelada, os profissionais que se dizem médicos precisam fazer uma reciclagem em suas vidas e conhecimentos e os ditos “doentes” aprenderem a fazer sua própria cura interior sem se importar com o que os estudos dizem, e sim, cumprirem seu Contrato de Alma.)
Bibliografia para consulta
O Super Cérebro – Deepak Chopra
O Cérebro que se Transforma – Norman Doidge
O Cérebro Criativo – Shelley Carson Ph.D
Treine a Mente e mude o Cérebro – Sharon Begley
Como Funciona o Cérebro – Série mais Ciência
Vitalize seu Cérebro – John Arden
A Cura do Cérebro – Adriana Fóz
Nota: Biblioteca Virtual
Divulgação: A Luz é Invencível
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