Jesus Cristo morreu na cruz – Outra crença limitante? – Final – 18.03.2015
Sempre, na aurora de todas as civilizações, surgem seres predestinados a grandes feitos, a conduzir as massas, a mover as engrenagens do progresso ou a governar. Ao invés de se deixarem dominar pela sede de poder, que tanta atração exerce sobre pessoas incultas, preferem, como líderes espirituais e culturais, usar do poder que lhes foi concedido, para viver em harmonia com o Ser Supremo que existe na consciência de todos os homens. Envoltos por uma auréola de mistério, suas origens e suas vidas transformam-se em lendas. São chamados “profetas” ou “emissários de Deus” e reformulam as obscuras revelações do passado que só eles sabem interpretar. Em suas mãos habilidosas, toda a realidade pode ser transformada numa manifestação do poder celestial que eles têm condições de invocar ou aplacar.
No caso específico de Jesus de Nazaré, existe uma crença muito difusa de que o posicionamento negativo de Jesus, diante da sacrossanta estrutura das relações familiares, das estruturas políticas, das estruturas de convívio social por classes, pela falta de preconceitos contra pobres, mulheres e doentes e rebelde e revolucionário quanto à estrutura religiosa hipócrita e cheia de leis punitivas e restritivas à liberdade humana, constituiu, dentro do contexto cultural de seu tempo, um fenômeno sem precedentes. Mas não é este, precisamente, o ensinamento que conduz à total renúncia ao egoísmo e à auto complacência, tanto em pensamento como em ação? Para ser digno da chamada “salvação” o homem deve se desapegar de todas as tendências pessoais e individualistas e superar a barreira dessas limitações egoísticas? Jesus dava pouca importância aos ditames inúteis, vazios e inexpressivos da legislação judaica. O expresso desprezo pelas leis do sábado e o desprezo aos políticos hipócritas e corruptos da época, foram um dos motivos que acabou conduzindo-o à cruz, que era um castigo extremamente comum, duro, com o intuito de amedrontar drasticamente todos aqueles que ousassem desafiar Roma. Ladrões, assassinos, agitadores políticos, todos tinham igual destino: O Gólgota.
O CONTEXTO BÍBLICO
A história cristã diz que Jesus foi crucificado numa sexta feira ao meio dia. Antes do cair da noite, já morto, seu corpo foi retirado da cruz e depositado na gruta funerária de José de Arimatéia, cuja entrada foi fechada com uma pedra. No domingo seguinte, o corpo de Jesus havia desaparecido inexplicavelmente, fazendo assim cumprir uma profecia bíblica: o filho de Deus ressuscitara de entre os mortos. Depois de um breve período na Terra, durante o qual entrou em contato com seus discípulos, Jesus subiu ao céu, onde está à direita de Deus Pai.
MAS, SEGUNDO O ALCORÃO…
A tradição de que ele não morreu na cruz é antiga; uma das fontes mais antigas é a seguinte passagem do Alcorão 4:157 “e disseram: Nós matamos o Messias, Jesus, o filho de Maria, o Mensageiro de deus. (Quando na verdade) eles não o mataram, nem o crucificaram, embora pareceu assim para eles. Aqueles que discordaram sobre ele (se morreu ou não) estão em dúvida, sem nenhum conhecimento, somente suposição, eles certamente não o mataram” (Haleem, 2005: 65). Ainda na tradição islâmica, H. M. Ghulam Ahmad menciona alguns Hadiths (ditos de Maomé), da coleção conhecida como Kanz-ul-Ummal, de que Jesus viveu até a idade avançada de 125 anos, viajou por muitas partes do mundo e ficou conhecido como o “profeta viajante” (Ahrmad, 2003: 62-3). Este autor, que é o fundador do movimento islâmico reformista Ahrmadiyya Muslim Jamat, é um dos primeiros e mais ardentes defensores da tese de que Jesus sobreviveu à crucificação, viajou para a Índia para encontrar as tribos de Israel e, o que é também surpreendente, do argumento de que o profeta Yuz Asaf, enterrado no santuário de Roza Bal, na cidade de Srinagar, Caxemira, é o próprio Jesus. Ele foi o principal divulgador desta tradição de Roza Bal, através do seu livro, publicado em 1908 na língua urdu “Misih Hindustan Mein”, depois publicado em inglês pela primeira vez em 1944, com o título de “Jesus in Índia”.
O CONTEXTO DO JULGAMENTO E DA CONDENAÇÃO DE JESUS
De acordo com a lei judaica, assumir as prerrogativas de Deus (Jesus sempre pregou que todos eram filhos de Deus e quem o visse tinha visto à Deus, claro que falamos da Consciência Crística aqui) era blasfêmia, e a punição era a pena capital. A execução era realizada por lapidação, após o que a Lei prescrevia pendurar o cadáver à uma árvore. A execução de Jesus ocorreu diversamente porque o Sinédrio, em data recente, havia recebido de Roma, ordem de não condenar ninguém à morte sem o consentimento do procurador romano, e de não se reunir em assembleia fora dos limites do templo. Os julgamentos deveriam se realizar durante o dia (da aurora ao crepúsculo). Se a convocação do Sinédrio e os trâmites a ela referentes acontecessem à noite, todo o processo, desde o início, seria considerado ilegal.
No Evangelho de Lucas, encontramos a confirmação de que a sessão se realizou durante o dia (Lucas 22,66). A assembleia anunciou o veredicto na manhã seguinte, uma terça-feira. “Chegada a manhã, todos os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo convocaram um conselho contra Jesus, para o entregarem à morte. Assim, amarrando-o, levaram-no e entregaram-no ao governador Pilatos (Mateus 27,1-2). Pilatos, desde o primeiro momento, parece ter se oposto à condenação de Jesus.“Tomai-o vós romanos, e julgai-o conforme a vossa Lei.” João 18,31). Não vendo culpabilidade em Jesus, procurou convencer os judeus para que o libertassem e, quando viu que era inútil seu esforço, num gesto simbólico, lavou as mãos (Mateus 27,24).
Pilatos, na tentativa de salvar Jesus (?), que considerava um justo, remeteu o caso a Herodes Antipas, o tetrarca da Galileia, que, naqueles dias, se encontrava em Jerusalém. Diante de Herodes, Jesus não disse uma palavra e foi reenviado a Pilatos que, a pedido do povo, instigado por Caifás, ordenou a condenação do Nazareno. As fontes que temos à nossa disposição, por mais insuficientes que sejam, nos habilitam a explicar, de forma satisfatória, os acontecimentos que envolveram a figura histórica de Jesus, tal como aqui a enfocamos. As dúvidas que surgiram, a partir das versões populares sobre a morte, ressurreição e a ascensão do corpo de Jesus, são mais difíceis de serem resolvidas. Não existem dados que elucidem por que Jesus foi declarado morto poucas horas após a crucificação, apesar de suas pernas não terem sido quebradas, como aconteceu a seus companheiros, e, como era hábito, para diminuir a tortura, sem o que ela poderia se prolongar por até cinco dias. Pilatos ficou muito surpreendido quando lhe reclamaram o corpo: “Pilatos ficou admirado de que ele já estivesse morto…” (Marcos 15,44). Ninguém assistiu à ressurreição – pelo menos, não sabemos de ninguém que reivindique tê-la presenciado. Tudo que conhecemos sobre a ressurreição emana de um ato de fé.
Quando se fala em Ressurreição, argumenta-se de forma retrospectiva, baseando-se apenas na interpretação do que podia ter acontecido. A questão foi colocada da seguinte forma: crer ou não crer na ressurreição de Jesus. Após dois mil anos seria impossível iluminar um passado tão remoto, se não contássemos nos dias atuais, com um extraordinário cabedal de informações médicas, bioquímicas, fisiológicas sobre o corpo humano e que permitiram estudar, detalhadamente, os fenômenos que cercam a morte por crucificação, com o auxílio dos mais modernos testes que a tecnologia coloca à nossa disposição.
OS ARGUMENTOS – JESUS NÃO MORREU NA CRUZ
A história nos conta que a sentença de morte nos tribunais romanos se consubstanciava nas palavras ibis and crucem, que significam “subirás à cruz”. A crucificação era a forma mais ignominiosa e brutal de morrer. Essa pena não era aplicada a cidadãos romanos, mas, nos países dominados, era a maneira popular de converter um povo rebelde em súditos pacíficos e obedientes ao jugo romano. Os romanos, para evitar problemas, costumavam tolerar, na medida do possível, os usos e costumes religiosos judeus, e foi por isso que a execução foi realizada às pressas, para que terminasse antes do cair da tarde. Para intimidar outros rebeldes e agitadores, era sempre angustiante, dolorosa e prolongada. Se todo o peso do corpo da vítima fosse suportado apenas pelos pulsos, a morte sobreviria após cinco ou seis horas de gradual sufocação e não de perda de sangue, pois nessa posição a respiração torna-se tão difícil que o corpo não receberia oxigênio suficiente para sobreviver. A fim de evitar uma morte rápida, assentavam os pés do condenado numa espécie de suporte horizontal à cruz, para que ele pudesse sustentar seu corpo, enquanto aguentasse.
Segundo os evangelhos, Jesus foi pregado à cruz na “sexta hora ou meio-dia, e morreu na “nona hora”, ou três da tarde. Ao anoitecer (o Evangelho de São Lucas faz notar que uma estrela tripla anunciava o começo do sábado), às seis horas da tarde, o corpo, considerado morto, foi retirado da cruz. Se a narração dos evangelhos estiver correta, Jesus estaria “morto” há, pelo menos, três horas. A morte dos outros dois homens crucificados com Jesus é expressivamente descrita no Evangelho de São João: “Como era a Preparação, os judeus, para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado – porque esse sábado era um grande dia (!) -, pediram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Vieram pois os soldados e quebraram as pernas do primeiro e depois do outro, que fora crucificado com ele” (João 19,31-32). O texto dá a entender que os dois “ladrões” morreram asfixiados.
A razão para a morte aparente de Jesus pode ser encontrada um pouco antes, nos versículos 27 e 30: “Estava ali um vaso cheio de vinagre. Fixando, então, uma esponja cheia de vinagre num ramo de Hissopo, levaram-na à sua boca. Quando Jesus tomou o vinagre, disse: ‘Está consumado!’ E, inclinando a cabeça, entregou o espírito”. Resta saber se foi o vinagre que levou Jesus a entregar imediatamente o espírito; ou se foi uma outra substância qualquer. O vinagre tem o mesmo efeito estimulante temporário que os sais aromáticos e era muito usado para reanimar os condenados às galés, e para dar energia aos feridos. Com Jesus, deu-se justamente o contrário: assim que aspirou ou experimentou o “vinagre”, pronunciou suas últimas palavras e entregou o espírito. Esta reação é inexplicável, em termos fisiológicos. Era comum entre os judeus dar a um homem condenado à morte vinho temperado com mirra ou incenso, a fim de amenizar-lhe a dor com o efeito narcótico dessas substâncias. No Talmude dos judeus, encontramos a seguinte passagem: “Aquele que caminhava para a execução recebeu um copo de vinho, com um pequeno pedaço de incenso, para que ficasse inconsciente”. (Sanh. 43a). Os soldados romanos toleravam o uso de bebidas narcóticas, e foi um deles que ajudou a dar a bebida a Jesus (cf. Mateus 27,48; Marcos 15,36; Lucas 23,36; João 19,29). Porém, todos os evangelhos falam em vinagre e não em vinho. A palavra latina para vinagre é acetum, que vem de acidus, e significa ácido, azedo, e de acere, ser ácido, ser azedo.
TANATOLOGIA – A CIÊNCIA DA MORTE
Segundo recentes pesquisas em Tanatologia (a ciência da morte), trinta minutos após a morte inicia-se um processo de enrijecimento dos músculos Rigor Mortis, que pode durar de três a seis horas, dependendo da temperatura local; com o calor o processo é acelerado. O rigor mortis é causado por um complexo processo bioquímico e, sobretudo, pelo declínio no nível de ATP (trifosfato de adenosina), ao cessarem as batidas cardíacas. Consequentemente, todos os músculos que recobrem o esqueleto enrijecem de acordo com a posição do corpo, que só pode ser alterada quatro ou sete dias mais tarde. Experiências com animais têm demonstrado que o rigor mortis pode ocorrer poucos segundos após uma morte por envenenamento. Logo após o último suspiro, os animais já se apresentaram completamente rígidos. Quando Jesus crucificado perdeu a consciência, seu corpo, embora sustentado pelos cravos que lhe transpassavam os pés, pendeu, de forma que suas pernas se dobraram sensivelmente. A partir de então, todo o peso do corpo de Jesus foi sustentado pelos cravos nos pulsos. Transcorridas de três a quatro horas, seu corpo deveria normalmente ter enrijecido. O mesmo acontece com os braços; os braços de Jesus teriam uma tendência natural a voltar à posição que mantivera quando crucificado.
No Evangelho de São João, é narrado o episódio da lança que perfura o flanco direito de Jesus. Ela é atribuída à lança de um soldado: “Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água” (João 19,34). É importante notar que o golpe desferido pelo soldado foi descrito de modo diferente em traduções feitas a partir do original grego. Até os tradutores da Vulgata interpretaram mal o texto, porque, o verbo grego “vuoosiv”, designa simplesmente uma arranhadura, ou escoriação superficial, e não um golpe violento e muito menos um ferimento profundo. A chaga aberta no flanco, dá uma ideia de como ocorreu o ferimento. A lança usada pelos romanos naquele tempo era geralmente a ”hasta” ou “pilum”, com uma lâmina fina de 25 a 40 cm, alargando-se na base junto à empunhadura. Esse tipo de lança, parecida com um estilete, podia muito bem infligir um golpe de menor gravidade, somente para certificar-se de que a vítima da crucificação não tinha mais reação. Este sistema funcionava como uma certidão de óbito e é provável que tenha sido o centurião mencionado no Evangelho, quem se encarregou de realizar o teste. Se o golpe fatal tivesse sido desferido por um soldado treinado, ele não iria atingir o coração de Jesus pela direita, mas diretamente pela esquerda. Os exegetas propuseram uma série de explicações para a presença do “sangue e água” que, segundo o Evangelho de São João, jorrou da ferida.
A água pode muito bem ser soro sanguíneo, que se formou no início da decomposição do sangue; no entanto, esta decomposição só se inicia seis horas após a morte da vítima. Outra possibilidade é que se trate de fluido endêmico, que se localiza entre o pulmão e a pleura que o reveste. Esta teoria pode também ser esquecida porque, se o peito tivesse sido transpassado, os pulmões entrariam imediatamente em colapso, criando um vácuo parcial que impediria a vazão de qualquer tipo de líquido. Uma terceira possibilidade é que a água pudesse provir do saco pericárdico, se o coração tivesse sido ferido pela lâmina. Estes dois últimos casos, implicam que Jesus estivesse muito doente antes de ser martirizado, pois, de outra forma, essa água não se formaria. Na verdade, os vocábulos “sangue e água” constituem uma expressão idiomática usada para enfatizar o acontecimento. Quando se diz que alguém suou sangue e água, não significa que realmente saiu sangue dos poros.
Todas essas teorias aqui apresentadas foram extraídas de numerosos artigos científicos que estudam o processo da crucificação, e reproduzem seus efeitos no corpo humano, que pode variar de acordo com a constituição física de cada um. Pelos Evangelhos que descrevem Jesus, é muito pouco a se afirmar, já que foram escritos muitos anos depois deste hediondo episódio. Podemos nos basear então nos documentos romanos, que atestam a morte rápida de Jesus, já que não era comum este procedimento, vindo de prática brutal e com a finalidade de tortura. Há relatos de vítimas que conseguiram sobreviver até 9 dias. Até hoje os médicos têm dificuldade em estabelecer o momento exato da morte clínica de uma pessoa. O uso de drogas produzidas com plantas alucinógenas, bem conhecidas da época, por exemplo, pode ocasionar um estado de coma profundo, capaz de induzir um falso diagnóstico. Podemos portanto inferir que Jesus, ao ser colocado no sepulcro, poderia, absolutamente, não estar morto.
UM PAPEL IMPORTANTE – O CENTURIÃO LONGINUS
O centurião que deu a Jesus a poção que traria tantas consequências, o soldado que abriu o lado de Jesus com a espada para confirmar sua morte, o centurião que pronunciou as seguintes palavras: “De fato, este era o Filho de Deus” (Mateus 27,54; Marcos 15,39; Lucas 23,47) parecem ser uma única pessoa. Na obra apócrifa intitulada Atos de Pilatos, ele é apresentado como sendo Longinus, um capitão encarregado de supervisionar as crucificações. Uma lenda grega chamada “Martírio de Longinus” o descreve como o capitão do Gólgota, oriundo de Sandrales, ou Sandiale, na Capadócia, que também comandou os soldados junto ao sepulcro. Se aceitarmos a premissa de que a crucificação teve lugar sob a supervisão de um oficial romano que, embora responsável por todos os soldados presentes, alimentava sentimentos favoráveis a Jesus, poderemos explicar os eventos misteriosos que a cercaram, eventos que dessa forma não podem mais ser tachados de produtos de uma imaginação criativa. Jesus foi removido da cruz e o sepultamento ocorreu sob os auspícios de um muito próspero, distinto e influente mercador de nome José de Arimatéia. Como membro e conselheiro do sinédrio, em vão havia votado contra a condenação de Jesus. O que naquela ocasião não conseguira, por causa do imenso poder político contrário, o podia agora, com seu dinheiro e influência pessoal.
Foi ele quem pediu a Pilatos o corpo de Jesus, quem comprou o linho que envolveu o corpo (que era habitual costume, mas que não tinha importância neste caso, pois José de Arimatéia sabia o que tinha feito e sabia que Jesus estava drogado e em coma pelo vinho que tinha recebido), e quem se encarregou de levar Jesus, em estado de coma, para seu novo sepulcro, escavado numa rocha, nas proximidades do Gólgota. Mais tarde José de Arimatéia acabou sendo canonizado e a Igreja Católica Apostólica Romana o reverencia no dia 17 de março. O evangelho apócrifo de Nicodemos, relata que José de Arimatéia foi mais tarde libertado de uma prisão judia pelo próprio Jesus (Evang. Nic. 12,15). Nicodemos era amigo de José de Arimatéia, ajudou no enterro de Jesus e foi quem obteve a mistura de aproximadamente 50 quilos de Mirra e Aloés. O mesmo Nicodemos que é apenas mencionado no evangelho de São João, era um escriba fariseu, membro do sinédrio (João 3,1-10) e tinha sido instruído em uma noite por Jesus (João 3,2-12). Ele também defendeu a inocência do Nazareno diante do sinédrio (João 7,50).
Parece estranho que dois membros da Suprema Corte judaica tenham se dado ao trabalho de reclamar o corpo de Jesus, esse dever que competia, em última análise, a seus parentes mais próximos. Se partirmos do pressuposto de que José de Arimatéia e Nicodemos eram, em segredo, membros leigos da Ordem Essênia, seriam, logicamente, as pessoas mais indicadas para a tarefa de tratar as feridas de Jesus. Como experientes curandeiros, os essênios estavam muito familiarizados com drogas exóticas e invulgares métodos de cura. Até hoje, tanto a mirra como o aloés, são considerados medicações eficazes no tratamento de feridas abertas. O Evangelho de São João traz referência expressa ao aloés medicinal, obtido de uma planta de folhas largas, da família das liliáceas, e não ao tipo de aloés que é ralado para ser usado como pó de cheiro, chamado Ahalim no Antigo Testamento. A resina do aloés medicinal era conhecida na Índia já no terceiro e no segundo milênio AC. e muito do aloés consumido na Palestina era importado da Índia.
Apesar das contradições e relatos inexplicáveis dos Evangelhos sobre os acontecimentos que se seguiram à Paixão, inúmeras testemunhas dizem ter visto Jesus, em carne e osso, após a ressurreição. Toda a fase que se segue à suposta ressurreição é obscura e confusa. Fala-se no transcurso de três dias entre a crucificação e o reaparecimento de Jesus. O número três, porém, é um número místico já presente em anteriores mitos de ressurreição. Talvez o tratamento de Jesus tenha levado mais tempo e assim ele teria se apresentado aos discípulos gradativamente. De qualquer maneira, os encontros parecem ter sido curtos e secretos; de fato não poderia se mostrar em público, caso contrário seria imediatamente preso (se bem que os maus-tratos, ou sua recuperação miraculosa, ou mesmo sua natureza ainda impregnada da Luz da Consciência Crística divina, parecem ter-lhe alterado as feições, tanto assim que seus próprios amigos não o reconheceram). Jesus, entretanto, não podia mais pregar às multidões, pois seria imediatamente perseguido por seus inimigos. Não tinha outra escolha senão fugir aos perigos que corria. “Finalmente, ele se manifestou aos onze apóstolos, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração, por não darem crédito aos que o tinham visto”.
OS PESQUISADORES FALAM
Andreas Faber-Kaiser, editor da revista espanhola “Mundo Desconocido” e autor de “Jesus Viveu e Morreu na Caxemira” , decidiu investigar por que há 1.900 anos se venera em Srinagar, capital da Caxemira, um túmulo chamado Rozabal (a “tumba do profeta”) como sendo o túmulo de Jesus. Andreas Faber-Kaiser apoia-se em dois pontos principais para tentar provar que Jesus não morreu na Palestina, aos 33 anos, e sim na Caxemira, ao norte da Índia, muito tempo depois. Partindo, então, da hipótese de que Jesus sobreviveu ao martírio na cruz e fugiu da Palestina, Andreas Faber-Kaiser procura os sinais de sua presença na Caxemira. Sua principal fonte é o professor Hassnain, diretor do Departamento de Arquivos, Bibliotecas e Monumentos do Governo da Caxemira, diretor honorário do Centro de Pesquisas de Estudos Budistas da Caxemira e secretário do Centro Internacional de Pesquisas de Estudos Indianos Sharada Peetha. O professor Hassnain colocou à disposição de Andreas Faber-Kaiser numerosos documentos que falam de um homem com ideias e filosofia idênticas às de Jesus.
Este homem é designado nos documentos pelos nomes de Yusu, Yusuf, Yusaasaf, Yuz Asaf, YuzAsaph, Issa, Issana e Isa, que são traduções de Jesus nas línguas caxemir, árabe e urdu. E é este mesmo homem, segundo trajeto traçado pelos documentos, o que foi enterrado no túmulo Rozabal de Srinagar. Jesus, de acordo com as pesquisas de Hassnain, teve filho, e ainda hoje vive em Srinagar um seu descendente direto, chamado Basharat Saleem. Segundo Andreas Faber-Kaiser, porém, ainda mais importante que os documentos que falam desse Jesus adulto são os manuscritos de Nikolai Notovitch, que contam a vida de um profeta Isa que viveu na índia, entre os 13 e os 30 anos, a mesma faixa de idade em que nada se sabe sobre Jesus.
Para Faber-Kaiser, tais manuscritos fecham o ciclo: Jesus viveu na Índia, voltou para a Palestina e, depois, obrigado a fugir, retornou à região em que viveu toda a sua juventude. Nikolai Notovitch foi um viajante russo que no século passado explorava os territórios do norte da Índia, incluindo a Caxemira e o Ladakh, região também conhecida por Pequeno Tibete. Em uma de suas viagens, Notovitch conheceu em Hemis, no Ladakh, um lama (sacerdote budista entre mongóis e tibetanos) estudioso da vida de Isa. Este lama traduziu para Notovitch, que anotou a mão, documentos escritos em páli (língua dos livros sagradas budistas), contando sobre a passagem de Isa na Índia, numa época que corresponde àquela em que Jesus viveu é, principalmente, no exato período em que a Bíblia não registra sua presença na Palestina (ver primeira parte da mini-série). O professor Hassnain chegou aos manuscritos de Notovitch por acaso. Isolado por uma tempestade de neve em Leh, capital do Ladakh, ele dedicou semanas à pesquisa de velhos textos da biblioteca da lamaseria (o mosteiro dos lamas) local e lá encontrou os 40 volumes de diários dos missionários alemães Marx e Francke. Em um dos volumes havia uma referência aos manuscritos traduzidos que Notovitch deixara em Hemis, a 38 quilômetros a sudeste de Leh.
Baseado nos documentos recolhidos pelo professor Hassnain, Faber-Kaiser reconstitui a trajetória que Jesus percorreu da Palestina até a Caxemira: “Ele e sua mãe, Maria, tiveram que emigrar da Palestina e partir para um país longínquo, passando de país a país. Acompanhou-os na fuga Tomás, um dos discípulos de Jesus. Encontramos rastros de Jesus na Pérsia, no Afeganistão, e, na localidade de Taxila, no Paquistão. Saídos de Taxila, Jesus, Maria e Tomás rumam em direção à Caxemira, mas Maria não chega a ver a ‘Terra Prometida’; não suportando mais as penas da longa viagem, morre no povoado de Murree”. Faber-Kaiser prossegue: “De Murree Jesus entra na Caxemira por um vale que até hoje se chama Yusmarg (o vale de Yusu). Na Caxemira, Jesus teve mulher e filhos, e até hoje mora em Srinagar o senhor Sahibzada Basharat Saleem, que conserva a árvore genealógica completa de sua família, de Jesus até ele”. A cena da morte de Jesus, Faber-Kaiser transcreve do livro Ikmatud Din, do escritor e historiador oriental Shaikh al Sa’id usSadiq, morto no ano de 962: “Jesus, ao sentir a aproximação de sua morte, mandou buscar seu discípulo Ba’bat (Tomás) e expressou a este seu último desejo: que se construísse uma tumba sobre seu corpo no lugar onde expirasse”. Esta tumba, está em pleno centro da cidade de Srinagar, capital da Cachemira. A entrada da tumba lê-se a inscrição Rozabal, que quer dizer o “túmulo do profeta”
O JESUS DO ISLÃ – O PROFETA ISSA
Esse é o nome pelo qual Jesus é conhecido no Islã, e deriva da palavra síria Yeshu, alterada para combinar com Musa, que significa Moisés. A forma extensa e completa com que o Alcorão trata sobre o profeta Issa visava, muito provavelmente, a corrigir a “imagem distorcida que dele transparece nos escritos de seus discípulos”. Jesus é considerado o último grande profeta de Israel e precursor de Maomé e dizem que pressagiou a vinda do “maior de todos os profetas”: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar. Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade, pois não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas futuras. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vos anunciará” (João 16,12-14). Maomé considerava-se o prometido “Espírito da Verdade”, destinado a interpretar os ensinamentos de Jesus de acordo com sua luz e a redimir a honra daquele que a Igreja diz ter morrido na cruz. Após ter escapado à ignomínia da crucificação, Jesus foi recebido de braços abertos no seio da igreja islâmica, como o grande precursor de Maomé. Lemos no Alcorão: “O Messias, o filho de Maria, foi um mensageiro e, certamente, foi precedido por outros mensageiros” (Alcorão V 79). No Alcorão, encontramos ainda a seguinte passagem sobre a missão de Jesus: “A Moisés, nós (Alá) entregamos as Escrituras e, depois dele, enviamos outros apóstolos. Demos a Jesus, filho de Maria, sinais verdadeiros e o fortificamos com o Espírito Santo” (Alcorão 11,81). Há, porém, uma certa reserva em toda essa exaltação, porque o Islã rejeita a ideia de que Jesus seja a humana encarnação da divindade: “Povo do Livro, não violem os limites de nossa fé. Falem somente a verdade sobre Alá. O Messias Jesus, filho de Maria, nada mais foi senão um apóstolo de Alá e seu porta-voz, a quem Maria deu a luz: ele foi um seu espírito. Portanto, acreditem em Alá e em seus apóstolos e não digam ‘Três’. Será melhor abster-se. Alá é apenas um Deus. Alá proíbe que ele deva ter um único filho! Ele é tudo que existe nos céus e na terra. Alá é o Protetor todo-poderoso. O Messias não se envergonha de ser um servo de Alá, assim como não se envergonham os anjos que estão a seu lado” (IV, 169). Encontramos, noutra passagem: “…além de Alá eles imitam os infiéis de antigamente… Adoram seus rabinos, seus monges, e o Messias, o filho de Maria, como deuses, apesar de lhes ter sido ordenado de servir a um só…”.
O Alcorão diz claramente que Jesus não morreu na cruz e que os judeus foram enganados: “E porque eles não acreditaram e caluniaram Maria com crueldade; e porque disseram: “Matamos o Messias, o filho de Maria, o mensageiro de Deus”, se bem que eles nem o mataram de verdade, nem o crucificaram, mas apenas fizeram parecer como tal… portanto nós os amaldiçoamos e, acreditem, aqueles que não pensam como nós a este respeito estão mergulhados em dúvidas; não têm provas, apenas suspeitam; porque, na realidade, eles não o mataram”. A palavra árabe para crucificação significa morte na cruz. Assim, o fato de Jesus ter sido meramente pregado na cruz sem morrer não é considerado uma crucificação no sentido árabe. De fato, durante a época em que o Alcorão foi escrito, os próprios judeus pareciam inseguros quanto à morte de Jesus na cruz. O Alcorão também nos diz para onde teria ele ido a seguir: “Nós fizemos do filho de Maria e de sua mãe um símbolo para a humanidade, e lhes demos abrigo junto à tranquila encosta de uma colina, de onde jorrava uma fonte” (XXIII,52). A semelhança entre esta passagem e Caxemira é impressionante. Numa outra versão, o lugar junto à colina é chamado de “um verde vale”. Hazrat Mirza Ghulam Ahmad, nascido na índia em 1835, fundador da seita muçulmana Ahmaddiyya, acredita que o Alcorão está certo quando afirma que Jesus foi salvo da morte na cruz, uma morte maldita, indigna dele. Segundo os adeptos da seita Ahmaddiyya, popular ainda hoje, a sobrevivência de Jesus à crucificação realiza as profecias do Antigo Testamento. Lemos no livro do profeta Isaías: “Quando quiserdes oferecer sua alma pela remissão dos pecados, ele verá sua semente, prolongará os seus dias e por meio dele o desígnio do Senhor há de triunfar” (Isaías53,10). Isaías não diz que o prometido servo do Senhor deva morrer.
A SEPULTURA DO PROFETA ISSA
A sepultura do profeta Yuz Asaf ou Issa, está hoje no centro da cidade antiga de Srinagar, em Anzimar, no bairro de Khanjar. A construção que se encontra ao redor do sepulcro chama-se “Rozabal”, uma abreviação de “Rauza Bal”. Rauza significa “sepultura de um profeta”. A construção é retangular e tem um pequeno pórtico. No alto da porta de entrada da atual câmara mortuária, há uma inscrição. Diz que Yuz Asaf chegara, muitos séculos atrás, ao vale de Caxemira e que dedicara a vida à busca da verdade. Existem, sobre o chão da referida câmara, duas longas lápides, ambas rodeadas por uma grade de madeira e recobertas por um pano grosso. A grade, por sua vez, está dentro de um relicário fixo de madeira. A lápide maior pertence a Yuz Asaf, a menor, ao santo muçulmano Syed Nasir-ud-Din, ali enterrado no século 15. As duas sepulturas apontam do norte para o sul, de acordo com os costumes islâmicos. No entanto estas lápides não são as verdadeiras, pois na verdade as sepulturas se encontram no subsolo, dentro de uma cripta. Um pequeno orifício permite o acesso visual à real câmara mortuária. O sarcófago que guarda os restos mortais de Yuz Asaf aponta na direção Leste-Oeste, segundo os costumes judaicos, prova insofismável de que Yuz Asaf não era um santo muçulmano ou hindu. Durante séculos os fiéis adoradores acenderam velas ao redor das lápides. Quando o professor Hassnain removeu a velha e grossa camada de cera que a recobria, fez uma descoberta sensacional: duas pegadas gravadas na pedra, e ao lado, um rosário e um crucifixo. Estes sinais eram utilizados antigamente para indicar a identidade do falecido, de forma semelhante às nossas impressões digitais. Como as suásticas dos pés de Buda, nas pegadas de Yuz Asaf encontramos provas inegáveis de sua identidade. O escultor destacou, nitidamente, as feridas da crucificação.
Considerando que a crucificação era desconhecida na Ásia, como medida punitiva, conclui-se seja este o lugar da sepultura de Jesus. Existem, em Caxemira, inúmeras fontes históricas que confirmam a identidade entre Yuz Asaf e Jesus. Um antigo manuscrito descreve o monumento como a sepultura de Issa Rooh-u-Ilah. O lugar é visitado anualmente por milhares de peregrinos de todos os credos, não apenas muçulmanos, mas hindus, budistas e cristãos. Os descendentes dos antigos israelitas conheciam o verdadeiro significado daquele modesto monumento, chamavam-no de a “sepultura de Hazrat IsaSahib, “isto é,” a sepultura do Senhor (mestre) Jesus”. Antigos documentos dizem que, pelo ano 112 d.C, foi construída uma proteção ao redor do túmulo. Em 1776, os guardiães do lugar receberam um documento oficial atestando o alto significado daquele local sagrado. Neste documento, o grande Mufti (sacerdote muçulmano) Rah-man Mir, declara: “Aqui jaz Yuz Asaf, que, durante o reinado do Rajá Gopadatta, reergueu o Templo de Salomão, e que veio a Caxemira na qualidade de profeta. Ele pregou para o povo e declarou ser uno com o Altíssimo e foi um legislador para o povo. Desde essa época, reis, ministros de Estado, altos dignitários e o povo em geral veneram seu túmulo”.
CONCLUSÃO
“A sobrevivência do Ocidente depende da reintrodução do conceito de Carma na consciência dos povos.” – Paul Brunton.
Na realidade, esta doutrina tradicional cristã que vem sido propagada por séculos, é a doutrina de Paulo e não aquela de Jesus. Foi Paulo quem centralizou a atividade de Jesus em sua morte, mostrando que é através dela que o homem de fé se liberta de seus pecados, das misérias do mundo e do poder de satanás. Em suas cartas, Paulo não escreveu uma única palavra sobre o ensinamento atual de Jesus, nem menciona qualquer de suas parábolas; o que ele faz é apresentar sua própria filosofia e suas próprias ideias. Paulo tende a apresentar todas as pessoas como filhos da ira, isto é, como sujeitos à ira de Deus (ver Efésios 2,3). Tudo, sem exceção, está perdido (ex. Romanos 5,18; 1 Coríntios 15,18), sem esperança e sem Deus (Efésios2,12), pois satanás subjuga a todos sem exceção (ex. Romanos 3,9; Gálatas3,22; Colossenses 2,14). A sentença de condenação paira sobre o povo como uma espada de Dâmocles (ex. Romanos 5,16). Assim, Paulo transformou as “boas novas” em “novas terríveis”, dando a entender que “somente ele” podia mostrar o caminho da salvação. Claro que, diante dessa postura, é muito difícil chegar a uma concepção natural da morte, pois a morte passou a representar uma solução para os pecados. Em nenhuma outra religião, além do cristianismo de Paulo, nos deparamos com este culto do medo. Com o Apóstolo Paulo, os cristãos, dominados pelo medo, docilmente se curvam ao peso de ameaças. A religião perdeu o conceito do Deus amoroso, todo bondade e todo perdão anunciado por Jesus, retrocedendo às crueldades do Deus vingativo do Antigo Testamento, ressuscitado nas palavras de Paulo. Paulo diz claramente que o homem não pode, por si mesmo, alcançar a salvação (cf. Romanos 3,24; 3,28; 9,11; 9,16; 1 Coríntios 1,29; Gálatas 2,16), pois a salvação depende, única e exclusivamente, da graça de Deus (Efésios 2,8-9). Assim, a doutrina da salvação de Paulo torna-se um ato unilateral, diante da qual a humanidade se encontra de mãos atadas (cf. Romanos 3,24; 4,16; Efésios 2,5; 2,8-9; 2 Timóteo 1,9; Tito 3,5-7).
Esta mensagem de Paulo é pouco atraente, pois não traz conforto. Quem faz parte do rebanho está “automaticamente” salvo. Não há necessidade de um esforço individual para se atingir o principal objetivo da vida, pois todo cristão é salvo através da morte de Jesus, na cruz, no Gólgota. Em outras palavras, o cristão deve apenas “associar-se”, tornar-se um membro da “instituição”, pagar a “taxa de sócio” e eis que lhe está garantido um lugar eterno no paraíso. Esta doutrina, pela facilidade apresentada, conquistou muitos adeptos e se difundiu rapidamente. É, sem dúvida, muito prático acreditar que, através de um simples ato de conversão, um pecador é redimido, transformado em filho de Deus e em um novo ser. De acordo com essa doutrina, qualquer tentativa que o indivíduo faz isoladamente, em prol de sua própria salvação, representa uma afronta a Jesus, constituindo, pois, ”pecado mortal”.
Assim, por mais exemplar que tenha sido a vida de uma pessoa, se ela não acreditar nos ensinamentos de Paulo, de que sua salvação está diretamente ligada ao sacrifício do Gólgota, é condenada por essa mesma doutrina. A grande maioria dos cristãos acredita que a grandeza incomparável do Cristianismo reside na verdade destes ensinamentos; porém, quando examinados mais de perto, revelam-se bem distantes da verdadeira doutrina ensinada por Jesus. Não encontramos nos Evangelhos o menor vestígio da assim chamada doutrina cristã da salvação; nem mesmo no Sermão da Montanha – a quintessência da mensagem de Jesus – ou no Pai Nosso ou nas parábolas! Se fosse realmente tão importante, Jesus deixaria algum indício de que sua morte na cruz devia ser entendida como o meio de salvação da humanidade. Estamos falando de uma Consciência Crística que o habitou e que tinha um propósito no planeta; trazer uma mensagem elevada e fraterna do Criador/Plenum Cósmico da mais alta espiritualidade. Desconhecer esta postura de Jesus é ir contra sua ética vivencial. Jesus não teorizou sobre sua missão e sobre sua mensagem, a fim de servirem de substrato a curiosidades acadêmicas. Ele viveu a doutrina que pregou, uma doutrina de tolerância, amor ao próximo, doação e partilha, a capacidade de doar-se incondicionalmente por amor aos outros; em outras palavras, um amor e uma ação ilimitados para com o ser humano. Este é o caminho acima de tudo de evolução que nos mostrou.
Nota; A “Luz é Invencível ” procurou, com esta minissérie, elucidar um pouco mais esta incrível história secular, cuja importância tem sido enorme na história da humanidade, causando muitas polêmicas e muito fanatismo também, motivos de disputas religiosas e guerras ditas “santas”. Com mais este esclarecimento, podemos abrir mais o leque de opções para questionamentos a esse respeito, de uma forma livre e aberta, e claro, sujeita a erros, pois a Verdade sobre este assunto é uma questão absolutamente de fé pessoal. Contudo, nosso papel é informar e disponibilizar cada vez mais informações, sem preconceitos ou dogmas, sem sermos tendenciosos. Cada um poderá julgar por si mesmo, de acordo com suas próprias convicções.
“Ame a teu próximo como a ti mesmo e não faça aos outros o que não quer que façam contigo.” – Jesus Cristo.
Bibliografia para consulta
1 – La Science de la Religion – Max Müller
2 – Jesus Viveu na Índia – Holger Kersten
3 – A Vida Desconhecida de Jesus Cristo – Nicolas Notovitch
4 – Le Christ de Srinagar – Nicolas Notovitch
5 – Os Anos Perdidos de Cristo – National Geografic
6 – Pistis Sophia – Os Mistérios de Jesus – Raul Branco
7 – O Julgamento de Jesus Cristo – Roberto Vitor Pereira Ribeiro
8 – Vida e Paixão de Jesus Cristo – Vários autores
9 – Vestigés des Principaux Dogmes Chrétiéns – R. P. De Premare
10 – Introduction de L’histoire des Religions – Theodore Robinson
11 – Os Anos Perdidos de Jesus – Deepak Chophra
12 – The Aquarian Gospel of Jesus Christ – Levi Dowling
13 – Compêndio de Fisiologia Médica – John E. Hall
14 – Os Anos Perdidos de Jesus Cristo – Elisabeth Profhet
15 – Yeshua – Patrick Gallivan
16 – As últimas 24 horas de Jesus – Mark Lewis
17 – Issa – Frederick C. Braun
18 – When Jesus lived in Ìndia – Alan Jacobs
19 – Manual de Medicina Interna – Eugene Braunwald
20 – Tratado de Clínica Médica – 3 volumes – Antonio Carlos Lopes
21 – Tratado de Medicina Legal – Luís Carlos Cavalcante Galvão
22 – Bases da Biologia Celular e Molecular – Eduardo M.F. De Robertis
23 – O Aloés – Tom Reynolds24 – Mirra – Vittorio Alfieri
25 – Atlas de Medicina Legal – Luíz Eduardo Avelar
26 – Conhecendo o Judaísmo – Origens – Carl S. Ehrlich
27 – A Bíblia e o Alcorão – Joachim Gnilka
28 – Alcorão – Allah
29 – Literatura Sagrada Na Índia – Sérgio Bisaggio
30 – Jesus e Buda – Marcus Borg
31 – O Evangelho segundo Lucas – Rudolf Steiner
32 – Le Dalai Lama Parlé du Jesus – Robert Kiely
33 – Jesus sem Cruz – Ernesto Bono
34 – O legado do Apóstolo Paulo – Alírio de Cerqueira filho
35 – A face Oculta de Jesus – Mariano Fernandes Urresti
36 – José de Arimatéia – O discípulo de Jesus – Frank C.Tribbe
(Nota Gilberto – É muito difícil termos uma conclusão exata sobre a vida de Jesus. Há muitas diferenças nas pesquisas, psicografias, canalizações e não podemos aceitar de forma cega. Não desejo confundir ninguém, mas aconselho a ler as seguintes mensagens: “Quem é Jeshua?” e “A Verdadeira História de Jesus Cristo / Sananda“. Caso seja do seu interesse, baixe e leia os seguintes Livros Apócrifos: “Evangelho de Nicodemos 01“, “Evangelho de Nicodemos 02“, “Relatório de Pôncio Pilatos a Tibério César“. No livro “Mensageiros do Amanhecer – Ensinamentos das Plêiades” de Barbara Marciniak, consta no Capítulo IX que a crucificação de Jesus foi um grande holograma. Se desejar mais informações baixe e leia o livro “O Sublime Peregrino” de Ramatis, psicografado por Hercílio Maes. Como as engrenagens do Universo são perfeitas, no momento aprazado teremos o verdadeiro conhecimento. Continuemos com nossa busca interna.)
Nota: O livro “Jesus viveu na Índia” de Holger Kersten se encontra na nossa Biblioteca Virtual.
Divulgação: A Luz é Invencível